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sexta-feira, 18 de julho de 2025

Panha De Café No Espírito Santo Movimenta Economia De Jucuruçu

Trabalho nos cafezais capixabas impulsiona comércio local em Jucuruçu

A temporada de colheita de café no Espírito Santo tem se mostrado, ano após ano, um dos principais motores de circulação de renda no município de Jucuruçu, no extremo sul da Bahia. Durante esse período, centenas de trabalhadores jucuruçuenses migram temporariamente para cidades capixabas como Rio Bananal, Vila Valério, Jaguaré, Linhares, Sooretama e Nova Venécia, onde encontram emprego nas lavouras cafeeiras.

Apesar da distância média de mais de 400 km entre Jucuruçu e esses municípios, os trabalhadores enfrentam a longa jornada motivados pela possibilidade de obter uma renda considerável em pouco tempo. O dinheiro conquistado nos cafezais, na maioria das vezes, retorna ao município baiano e movimenta diversos setores do comércio local, desde supermercados, farmácias e lojas de roupas até a construção civil e a agricultura familiar.

Jucuruçu sente os efeitos positivos da colheita de café no ES

A cada ano, esse fluxo financeiro sazonal transforma a realidade de muitas famílias jucuruçuenses. O que é ganho no Espírito Santo é, em grande parte, investido em Jucuruçu. Com os recursos oriundos da panha de café, moradores realizam reformas em suas casas, compram veículos, adquirem eletrodomésticos e injetam capital em pequenos negócios. Essa movimentação ajuda a manter aquecida a economia local, sobretudo em um município que ainda enfrenta desafios estruturais.

Maria das G. S, moradora da zona rural, é uma dessas trabalhadoras que vê na colheita uma esperança renovada todos os anos. “Todo ano eu vou com meu marido pra Rio Bananal. Passamos quase três meses lá, trabalhando firme. Quando voltamos, usamos o dinheiro pra reformar a casa e comprar o material escolar dos nossos filhos. Se não fosse a panha, a gente não tinha condições nem de manter a roça direito,” relatou.

Os reflexos dessa migração também são percebidos no comércio de Jucuruçu, como destaca José R. B, comerciante há mais de duas décadas. “Depois da colheita de café, o movimento melhora bastante. O pessoal volta com dinheiro no bolso e gasta aqui mesmo. Isso ajuda muito o comércio local. Muita gente aproveita pra pagar dívidas e comprar coisas que estavam adiando,” afirmou.

Café do Espírito Santo, renda em Jucuruçu: migração que gera progresso

A panha de café também tem servido de trampolim para novos empreendimentos. A jovem Vanessa O, de 25 anos, conseguiu montar seu próprio negócio após retornar de uma temporada nos cafezais. “Com o que ganhei em Linhares, comprei os equipamentos e comecei a atender em casa. Hoje, além de ter minha renda fixa, eu não preciso mais deixar meus filhos por tanto tempo,” conta ela, orgulhosa do pequeno salão de beleza que abriu em sua própria residência.

Em distritos como Monte Azul, o impacto é igualmente notado. Segundo o aposentado Benedito P, dono de um pequeno armazém local, “depois de julho, o pessoal que foi trabalhar no Espírito Santo aparece aqui comprando cimento, telha, material de construção. É um dinheiro que entra e gira aqui mesmo, e isso é muito importante pra uma cidade pequena como a nossa.”

A colheita de café, mesmo sendo exaustiva e exigindo sacrifícios, representa uma virada de chave na vida de muitas pessoas. A moradora Elizabete da S. Lima, que participou da panha pela primeira vez no ano passado, testemunha a mudança: “Eu tinha medo de ir, mas fui por necessidade. Trabalhei em Sooretama, voltei com quase cinco mil reais. Com esse dinheiro, consegui abrir um pequeno comércio de doces aqui no bairro São João. A panha de café me abriu uma porta que eu não via antes.”

Embora envolva desafios como o afastamento familiar e as condições intensas de trabalho nos cafezais, a colheita de café é, para os jucuruçuenses, uma alternativa real de sustento e desenvolvimento. Esse movimento sazonal continua a fortalecer a economia local, a gerar empregos indiretos e a movimentar o comércio da cidade.

À medida que mais uma safra se inicia no Espírito Santo, cresce também a expectativa em Jucuruçu. O município observa com esperança o desempenho de seus filhos nos campos capixabas, ciente de que o esforço lá fora representa melhorias concretas dentro de casa.

Trabalhadores rurais jucuruçuenses fortalecem economia da cidade com suor no café

O Jucurunet parabeniza os bravos trabalhadores rurais de Jucuruçu que enfrentam a colheita no Espírito Santo com coragem e resiliência, e exalta sua importância não apenas para a produção de café, mas também para o fortalecimento da economia local.

Da Redação Jucurunet

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Rua principal de Jucuruçu - Bahia, 3 de março de 2024.

Jucuruçu - Bahia. Pedaço bom do Brasil.