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domingo, 28 de setembro de 2025

Rio Jucuruçu pede socorro: no Dia Mundial dos Rios, um alerta para a preservação

 


Hoje, 28 de setembro de 2025, é celebrado o Dia Mundial dos Rios, uma data instituída para honrar os cursos de água como arterias vitais de nosso planeta . No entanto, enquanto o mundo volta sua atenção para a importância desses recursos, o Rio Jucuruçu, vital para o extremo sul da Bahia, clama por ajuda em um silêncio que ecoa a negligência.

Este dia, comemorado sempre no quarto domingo de setembro, foi criado em 2005 a partir de uma proposta do conservacionista Mark Angelo, recebendo o apoio da ONU. Seu objetivo é incentivar a conscientização pública e a administração sustentável dos rios . Milhões de pessoas em mais de 100 países participam de eventos que vão de mutirões de limpeza a projetos educativos . A data serve como um contundente lembrete de que a saúde dos rios está intrinsecamente ligada à nossa própria sobrevivência.

A face de uma crise silenciosa

Infelizmente, a realidade do Jucuruçu reflete ameaças que se repetem globalmente. A situação de abandono vivida por ele não é um caso isolado, mas parte de um desafio maior. De acordo com a UNESCO, mais de 60% dos rios do mundo carecem de monitoramento sistemático . Isso nos deixa vulneráveis, gerenciando uma crise hídrica sem sequer possuir os dados mínimos para enfrentá-la.

As principais ameaças que rondam os rios, e que certamente assolam o Jucuruçu, podem ser resumidas na tabela abaixo :

Ameaça

Impacto no Rio

Poluição por esgoto não tratado

Contaminação da água, mortandade de peixes, riscos à saúde pública

Desmatamento em áreas de proteção

Erosão do solo, assoreamento (aterramento) do leito do rio, enchentes

Uso insustentável da água

Diminuição da vazão, afetando o abastecimiento e a vida aquática

Falta de políticas públicas eficazes

Gestão deficiente, fiscalização inadequada e investimentos insuficientes

Especialistas alertam que os desafios são predominantemente causados por ações humanas. José Augusto Bueno, conselheiro de um comitê de bacia hidrográfica, destaca que a irresponsabilidade é um grande obstáculo: "Os maiores desafios para a preservação das águas são predominantemente fatores humanos e não naturais, isto é, dependem mais de mudanças nas ações das pessoas" .

O futuro do Jucuruçu: entre a negligência e a esperança

A segunda face dessa crise é a da oportunidade. A digitalização e a tecnologia surgem como ferramentas poderosas para uma gestão moderna e transparente dos recursos hídricos. Já existem exemplos no Brasil, como o Rio Maipo, 100% digitalizado, onde sensores fornecem dados em tempo real que permitem um manejo muito mais eficiente .

A solução, portanto, passa por uma combinação de vontade política, investimento em tecnologia e mobilização social. É fundamental avançar em medidas de saneamento básico, com a efetiva implantação de estações de tratamento de esgoto, e proteger as matas ciliares . Como conclui uma análise sobre o tema, "o futuro de nossos rios se joga tanto em seus caudais como em seus dados" .

Neste Dia Mundial dos Rios, a situação do Jucuruçu não pode ser ignorada. Ele é um patrimônio natural que sustenta vidas, economias e um ecossistema único. A data é um convite para que a sociedade, os gestores públicos e a iniciativa local unam forças. Ações concretas de limpeza, educação ambiental e cobrança por políticas públicas eficazes são o único caminho para reverter esse cenário. O socorro do Rio Jucuruçu precisa ser ouvido. O tempo de agir é agora.

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Rua principal de Jucuruçu - Bahia, 3 de março de 2024.

Jucuruçu - Bahia. Pedaço bom do Brasil.