Uma indústria de minério foi inaugurada em
Itabela, no extremo sul da Bahia. A meta é beneficiar, só neste primeiro mês de
atuação, cerca de 100 toneladas de grafite.
Foi em meio a grandes áreas de pasto e
paredões de barreiras de cascalho, na região de Itabela, que geólogos
descobriram uma grande quantidade de grafite, um minério valioso formado por
átomos de carbono. O material, acumulado ao longo de bilhões de anos, foi
identificado há cerca de 14 anos.
De acordo com um geólogo envolvido nos
estudos, foi possível localizar uma grande concentração do minério em toda a
região, incluindo as cidades de Itamaraju, Guaratinga e Eunápolis. "Aqui
na Bahia, estamos inseridos no contexto de uma das maiores províncias
grafíticas da América e do mundo. Toda uma combinação de fatores geológicos e
temporais nos levou a esse depósito que hoje está sendo explorado para
comercialização e exportação do minério", afirmou o especialista.
Para viabilizar essa operação, uma grande
empresa canadense se instalou na região. Os estudos começaram em 2010 e, após a
obtenção de todas as licenças, as escavações foram iniciadas há cerca de sete
meses.
O minério é extraído com grandes escavadeiras
e, ainda na jazida, é possível observar o brilho do grafite em meio ao barro
vermelho. Em seguida, a matéria-prima é transportada para a planta industrial,
localizada na parte superior da propriedade de 400 hectares.
O processamento do grafite, iniciado há cerca
de duas semanas, segue várias etapas. Primeiramente, a massa é lavada e passa
pelo processo de flotação, onde o barro (chamado de rejeito) decanta e o
minério flutua. Em seguida, o grafite é separado por grandes peneiras, de
acordo com o tamanho e a gramatura.
Neste primeiro mês de operação, a indústria
planeja beneficiar cerca de 100 toneladas de grafite. Todo o material será
exportado para os Estados Unidos, onde será utilizado como matéria-prima para a
produção de refratários, lubrificantes e discos de freio.
"O Brasil possui jazidas enormes e é
muito abençoado nesse sentido. O grafite brasileiro é reconhecido como um dos
melhores do mundo", destacou um dos representantes da empresa. Além desses
usos, o grafite também é aplicado na fabricação de lapiseiras e baterias para
carros elétricos.
A operação conta com cerca de 100 colaboradores, a maioria deles moradores da região, contribuindo para o desenvolvimento local e a geração de empregos./G1 - BA
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