
Antes de reunir-se com Pacheco, Guedes conversou com Lira sobre o auxílio emergencial - Agif/Estadão Conteúdo
Pressionado pelo Congresso a
retomar o auxílio emergencial uma vez que a pandemia não dá sinais de
recrudescimento, o ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu que o governo
federal pode fazer ressurgir o benefício para metade dos brasileiros que receberam
o dinheiro desde abril de 2020.
"O auxílio emergencial,
se nós dispararmos as cláusulas necessárias, dentro de um ambiente fiscal
robusto, já mais focalizado, em vez de 64 milhões [o número oficial de
beneficários é 67,9 milhões], pode ser a metade disso.
Porque a outra metade
retorna para os programas sociais já existentes. Isso nós vamos nos entender
rapidamente porque a situação do Brasil exige essa rapidez", afirmou o
chefe da pasta durante pronunciamento ao lado do novo presidente do Senado,
Rodrigo Pacheco (DEM-MG), na noite desta quinta-feira (4).
Se metade dos brasileiros
voltarem a receber o benefício, quase 34 milhões serão contemplados.
O auxílio emergencial começou
com pagamentos de R$ 600 e, na sequência, foi diminuído para R$ 300.
Para jornalistas, Pacheco
disse que "a pandemia continua e agora eu vim ao ministro da Economia,
Paulo Guedes, externar o que é a preocupação do Congresso Nacional".
"É uma preocupação em relação à assistência social, a um socorro que seja
urgente, emergencial, para poder ajudar a camada mais vulnerável",
completou o parlamentar, eleito na segunda-feira (1º) com apoio do presidente
Jair Bolsonaro.
Guedes e Bolsonaro vinham se
posicionando contra o retorno do auxílio devido à situação fiscal do país. No
ano passado, em todo o setor público brasileiro, o déficit primário atingiu a
marca histórica de R$ 703 bilhões. Quando se compara com 2019, o impacto da
pandemia fica mais claro: um ano antes, esse déficit havia sido muito menor, de
quase R$ 62 bilhões. O desempenho no ano passado é o pior da série medida pelo
Banco Central, iniciada em 2001.
Guedes fez questão de
esclarecer que o governo federal aprendeu a reagir na crise sanitária e que, se
necessário, há protocolo de crise se a pandemia recrudescer ainda mais.
Entretanto, pontuou a necessidade de reformas para que "a saúde e a
economia andem juntas".
Antes do encontro com
Pacheco, Guedes se reuniu também com o presidente da Câmara recém-eleito,
Arthur Lira (PP-AL).
Nesta sexta-feira (5) de
manhã está prevista reunião do ministro, desta vez com Bolsonaro. A expectativa
é que novidades em relação ao auxílio emergencial sejam anunciadas logo após o
encontro.
Pressão
O R7 publicou nesta
sexta-feira, que, após as eleições dos novos presidentes da Câmara e do Senado,
parlamentares pressionam para que entre em debate e votação a prorrogação do
auxílio emergencial, em razão do recrudescimento da pandemia de covid-19 e das
novas regras de quarentena que podem impactar renda e emprego em alguns
estados.
Pelo menos sete projetos
pretendem alterar ou complementar a lei que criou o auxílio em abril do ano
passado. Naquele mês, o governo iniciou o pagamento de uma série de nove
parcelas até dezembro, quando acabou o estado de calamidade pública.
Socorro na pandemia
O governo federal encerrou o
programa neste mês, beneficiando 67,9 milhões de pessoas, com R$ 294 bilhões,
principalmente trabalhadores informais e população de baixa renda, para
minimizar os efeitos da pandemia de coronavírus./bahiaextremosul