Imagem Ilustrativa - Reprodução
O clima de insegurança tem gerado preocupação
entre os moradores das regiões de Corumbau e Cumuruxatiba, especialmente após
um grave episódio de violência ocorrido na noite desta segunda-feira (11). A
ocorrência foi registrada na Aldeia Terra à Vista, localizada na zona rural de
Prado, e envolveu invasão armada, disparos de arma de fogo, incêndios, uma
vítima fatal e dois desaparecidos.
Segundo informações
preliminares, um grupo de homens fortemente armados tomou a sede de uma fazenda
situada na área de demarcação da aldeia Terra à Vista. Testemunhas relataram
que os criminosos cortaram a energia elétrica do local antes de darem início
aos ataques. Um indígena foi morto e outros dois estão desaparecidos. Veículos
foram incendiados durante o ataque, e agentes do Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), que atuam na região,
solicitaram apoio imediato da Força-Tarefa de segurança.
A polícia já está
investigando o caso e busca identificar os responsáveis pelo ataque, além de
esclarecer as motivações por trás do ato de violência. O clima de tensão se
agrava na região, deixando moradores e líderes comunitários em estado de
alerta. Autoridades locais pedem reforço na segurança e um olhar mais atento
das instituições responsáveis pela proteção das comunidades tradicionais e da
população em geral. A população aguarda por respostas e medidas que possam
garantir a paz e a segurança na região.
Invasões a Fazendas e Ameaças
a Produtores Rurais
Uma matéria publicada em
veículos regionais mostra a gravidade do que vem ocorrendo em Prado e em outras
regiões do Extremo Sul da Bahia com a atuação de indígenas e de supostos
indígenas. Segundo uma autoridade do Prado que pediu para não ser identificada,
as invasões a fazendas ocorrem na época da colheita, mas só depois que a
produção é colhida e já está pronta para ser vendida. Ainda segundo essa
autoridade, indígenas e não indígenas infiltrados invadem as fazendas, levam a
produção e os maquinários e deixam os produtores a ver navios, o que
caracteriza, segundo ele, não uma invasão, mas assalto à mão armada.
Nos últimos três anos, um
movimento indígena que denomina suas ações como "retomadas" tem
acirrado os conflitos entre indígenas e produtores rurais, sobretudo na região
do Extremo Sul. Após um período de trégua com a criação da força integrada de
segurança, que intensificou as rondas nas áreas de tensão, as invasões
violentas voltaram a ocorrer. Famílias têm sido expulsas de suas propriedades
rurais, onde moram há décadas e de onde retiram sua subsistência, por meio da
agricultura ou da pecuária, simplesmente pelo fato de os invasores entenderem
que as terras lhes pertencem, mesmo sem uma definição legal do marco temporal.
No último sábado (08), uma
dessas ações, liderada por um homem identificado como "Cacique
Alessandro", à frente de aproximadamente cinquenta homens encapuzados e
fortemente armados, conforme registrado em boletim de ocorrência, foi
perpetrada contra a Fazenda Monte Alto, localizada em Corumbau, distrito de
Prado/BA, e de propriedade do Sr. Dijalma Galão. Os supostos indígenas,
incluindo indivíduos sem traços físicos dos povos originários, agrediram
funcionários e moradores do local. Segundo o boletim, os trabalhadores foram
torturados fisicamente e psicologicamente, recebendo coronhadas e estocadas com
os canos de armas de fogo. Em seguida, foram escoltados até a saída da fazenda
sob disparos de arma de fogo e com a ameaça: "Se Dijalma vier para
negociar ou mandar a polícia, iremos invadir a sede da fazenda, matar ele, a
família e beber o sangue deles." Fotos veiculadas em grupos de WhatsApp
mostram os corpos dos trabalhadores com lesões resultantes de tortura.
No domingo (09), com o apoio
da Polícia Militar da CAEMA, o proprietário dirigiu-se ao local invadido e a
polícia conseguiu negociar a retirada do gado e parte dos bens, já que outra
parte já havia sido destruída. Segundo o proprietário, três caminhonetes usadas
pelo grupo estavam no local, e outras pessoas evadiram-se em uma caminhonete
nova, sugerindo que estão sendo financiados por terceiros. A área segue ocupada
pelos invasores, e o proprietário afirmou que buscará os meios legais para
reaver o imóvel.
Na tarde desta segunda-feira
(10), as vítimas foram submetidas a exame de lesões corporais no IML de
Itamaraju. A ação criminosa está sendo apurada pela Delegacia Territorial de
Prado, onde a ocorrência foi registrada.
Clamor por Justiça e Proteção
Diante da escalada de
violência, há relatos de que não apenas indígenas participam dessas invasões,
mas também criminosos interessados em saquear as fazendas. Produtores rurais
reforçam que, apesar dos esforços da Polícia Militar em realizar rondas, a
segurança não tem sido suficiente. Com a aproximação da colheita do café, os produtores
clamam por mais atenção das autoridades para evitar novos conflitos,
responsabilizar os criminosos e garantir a segurança da população rural.
A situação em Prado e no
Extremo Sul da Bahia é de extrema tensão, com violência, invasões e um clima de
insegurança que afeta tanto as comunidades indígenas quanto os produtores
rurais, exigindo uma resposta mais efetiva das autoridades para restaurar a paz
e a segurança na região.