Um indígena foi ferido por disparos de arma de fogo durante uma ocupação na Fazenda Japara Grande, localizada no distrito de Cumuruxatiba, no município de Prado, ocorrida na madrugada desta sexta-feira (4). O incidente envolveu confrontos entre indígenas e fazendeiros, agravando ainda mais os conflitos agrários na região.
O indígena baleado foi socorrido imediatamente, mas informações sobre seu estado de saúde permanecem desconhecidas. Áudios divulgados nas redes sociais mostram o desespero dos indígenas, que pediram ajuda emergencial para lidar com as consequências do ataque.
O episódio ocorre poucos dias após uma comitiva do governo estadual visitar a região para mediar os conflitos. Entre os integrantes estavam os secretários estaduais Adolpho Loyola (Relações Institucionais) e Felipe Freitas (Justiça e Direitos Humanos), além de Patrícia Pataxó, representante indígena ligada à Secretaria de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos Tradicionais (Sepromi). A iniciativa buscava estabelecer diálogo entre lideranças indígenas e fazendeiros, mas a falta de um acordo parece estar intensificando a violência.
Nos últimos meses, tensões entre comunidades indígenas, especialmente do povo Pataxó, e produtores rurais têm crescido. Os indígenas reivindicam a posse de terras que consideram ancestrais, tomadas ao longo dos anos. Já os fazendeiros acusam os indígenas de invadir propriedades, roubar produção agrícola e expulsar trabalhadores rurais.
Nesta sexta-feira, indígenas bloquearam novamente a BR-101, em Itamaraju, como forma de protesto. Eles exigem a liberação de lideranças Pataxó presas durante a Operação Pacificar, conduzida pela Polícia Federal, e cobram maior agilidade do governo federal na regularização fundiária das áreas reivindicadas. As comunidades afirmam que as ocupações são uma retomada legítima de territórios ancestrais, cuja luta já dura mais de 40 anos.
A situação reflete um cenário
marcado por disputas territoriais e ausência de soluções definitivas, colocando
em risco a segurança de ambos os lados. Enquanto isso, os indígenas seguem
pressionando por reconhecimento e garantia de seus direitos, enquanto
fazendeiros defendem suas propriedades e formas de subsistência.