A Bahia está adotando os
procedimentos necessários para comprar até 100 ultrarrefrigeradores capazes de
armazenar vacinas a temperaturas inferiores a -70ºc, especialmente as que
previnem a Covid-19, produzidas pelas empresas Pfizer e pela Moderna.
Segundo o governador Rui
Costa, nos próximos dias, será publicada uma licitação, na modalidade registro
de preço, que permitirá ao Governo do Estado adquirir os equipamentos à medida
em que houver a demanda. “O registro de preço é de até 100 unidades, e nós sacaremos
de acordo com a demanda, com a necessidade. Inicialmente, nos grandes centros
urbanos, nas maiores cidades, onde estão os maiores contingentes de servidores
públicos ou privados da área da saúde”, afirmou.
Rui destacou que a modalidade
registro de preço não obriga o Governo do Estado a comprar os equipamentos, que
serão adquiridos apenas após a especificação da Anvisa. “Nós não vamos comprar
essa quantidade de refrigeradores sem autorização da vacina pela Anvisa.
Nós vamos acompanhar, o
importante é deixar claro para a população que nós estamos nos antecipando, nos
preparando, e não é argumento de falta de infraestrutura, de logística, para
não adquirir a vacina da Pfizer ou da Moderna.
A Bahia está preparada e tem
condições de montar uma logística para vacinar, principalmente, o público
prioritário nas regiões, mesmo tendo esse pré-requisito de
ultrarrefrigeradores, porque nós estamos nos preparando para isso. A
expectativa é que a Anvisa crie um protocolo mais rápido, mais célere de
avaliação e de aprovação dessas vacinas”, disse.
O número de refrigeradores a
serem adquiridos, de acordo com Rui, vai depender exclusivamente da demanda.
“Você faz o registro, as empresas concorrem, definem o preço, e você vai
contratando de acordo com a sua demanda. Se eu precisar de dez, eu saco dez do
registro, compro dez, se eu precisar de 20 compro 20. Essa é a diferença de uma
licitação normal”.
Público prioritário
O governador explicou porque
os profissionais da Saúde serão os primeiros a receber a vacina. “A ideia nossa
é isso, é controlar esse vetor importante de crescimento da doença, que são os
profissionais de Saúde.
Nessa, vamos chamar assim de
primeira onda, ficou claro que os profissionais da saúde tanto foram vítimas
como foram vetores de transmissão da doença, porque muitos profissionais da
Saúde que eram assintomáticos estavam passando a doença para outras pessoas sem
saber.
Então, na medida em que eles
ficam vacinados, a gente corta esse importante vetor de transmissão e dá
segurança à vida de médicos, enfermeiros, profissionais. Mesmo o pessoal de
limpeza que trabalha nos hospitais, nas unidades de saúde, estariam protegidos,
e, portanto, atendendo à população sem risco de contrair a doença e sem risco
de transmitir a doença para seus pacientes”.
Aumento de casos
Rui acrescentou que, mesmo
com os números de casos aumentando em taxas iguais às do pico da pandemia, de
agosto a outubro, prefere, no momento, não usar a expressão “segunda onda”, já
que taxa de contaminação não é a mesma coisa que números absolutos. “A taxa de
crescimento se equivale ao período mais alto da pandemia. A taxa, não ainda o
volume total.
Isso, graças a Deus, ainda
não se refletiu no crescimento do número de óbitos. Hoje estamos em torno de 20
casos, e ontem [quarta-feira, 2], por exemplo, foram 22 óbitos, quando no pico
da pandemia nós chegamos a 70 óbitos por dia.
Nós chegamos a ter 5 mil
casos diários, nós ainda estamos no patamar de mil casos diários com 20 óbitos
por dia”, contabilizou. Segundo o governador, mantido o atual ritmo de
crescimento do número de casos, em mais duas semanas a Bahia atingirá um volume
superior ao registrado em junho.
“Estamos caminhando em
direção a uma segunda onda se não tomarmos atitude de bloquear a reprodução do
vírus. E essa atitude depende do comportamento da população”, explicou Rui,
acrescentando que a taxa de crescimento atual se deve às aglomerações de
campanha e comemorações eleitorais e às festas do início do verão. “Os jovens,
principalmente, em várias cidades da Bahia, estão fazendo festas, algumas
clandestinas, outras no meio da rua, e isso tem provocado o crescimento de
casos.
Então, nós já tomamos uma
decisão: não será permitida nenhuma festa em ambiente privado ou público,
comercialmente. Não será permitida a venda ou comercialização de nenhuma festa,
nem em boate, nem em restaurante, nem em bar, nem em clube, nem na rua. Nós não
vamos permitir. É melhor passar um verão, um final de ano sem festa, do que
perder um pai, uma mãe, um avô para a doença do vírus”.
Para o governador, a Bahia
foi um caso singular no Brasil. “Nós conseguimos, até metade da pandemia, eu
diria assim, apenas 150 municípios tiveram casos de Covid. A grande maioria não
tinha nenhum caso. Nós fomos controlando e o crescimento se deu muito
lentamente.
Já que o vírus hoje está
presente nas 417 cidades, e a taxa de crescimento está alta em praticamente
todos, mantido esse ritmo de crescimento, nós podemos ter uma explosão de casos
muito superior ao que tivemos no pico da pandemia, meses atrás”./GOV