Evento acontecerá no Parque de
Exposições, de 29/01 a 02/02, incluindo ato público nas dunas do Abaeté e
cortejo a Iemanjá
De 29 de janeiro a 2 de fevereiro de 2025,
acontece no Parque de Exposições a VIII Jornada de Agroecologia da
Bahia, um encontro de trocas, aprendizados e celebração das
diversidades dos povos indígenas, comunidades negras, populações do campo e da
cidade. O evento busca fortalecer lutas em torno da terra, território,
agroecologia popular e soberania alimentar.
Na sexta-feira, dia 31, às 17h, haverá um ato
público após oficina e caminhada do Parque de Exposições até a Duna do
Catu/Duna do Campo, uma das principais áreas de conflito da biorregião do
Abaité. No local, será aberta a bandeira da campanha "Direitos da
Natureza: Abaité, Sujeito de Direitos", com transmissão de
conhecimentos sobre o território que sedia o evento.
O ato público contará com a participação de
moradores, lideranças locais, povos indígenas, representantes de terreiros,
pescadores e demais integrantes da Teia dos Povos. De acordo
com a organizadora da Jornada no território de Itapuã, a arte-educadora,
antropóloga e permacultora Clara Domingas, "numa jornada
de agroecologia da Teia dos Povos, você experiencia o encontro de movimentos,
povos, territórios e organizações de base popular, em processo de organização,
que avançam na luta por justiça socioambiental, racial, de gênero, etc., em
tempos de colapso climático".
Tombamento do Abaité
Antes do ato político, acontecerá a oficina "Direitos
da Natureza e Contracolonialidade", dando continuidade à campanha
"Direitos da Natureza: Abaité Sujeito de Direitos",
lançada na pré-jornada da Teia dos Povos no Território de Itapuã, em agosto de
2024. A oficina abordará conceitos como cosmofobia, ancestralidade,
contracolonialidade, emergência climática e Direito Comunitário Ancestral.
Os organizadores explicam que os Direitos
da Natureza correspondem à defesa, no campo legal e político, do
reconhecimento dos direitos inerentes a ecossistemas e espécies não humanas,
equiparando-os aos direitos humanos fundamentais. Essa perspectiva está
alinhada às cosmopercepções indígenas e religiões de matriz africana, que
reconhecem a interdependência entre todos os seres viventes.
Dia de Iemanjá e Programção Especial
Durante todos os dias do evento, ocorrerão,
simultaneamente, atividades como debates, oficinas e rodas de saberes,
além da Feira dos Povos, com produtos da agricultura familiar
e artesanato, e a Feira Literária, com livros sobre lutas por
terra e território. No dia 2 de fevereiro, haverá um cortejo a Iemanjá,
antes da solenidade de encerramento.
Programção da VIII Jornada de
Agroecologia da Bahia
29/01 - Chegada das caravanas e montagem dos acampamentos.
Abertura oficial com Grande Ritual dos Povos.
30/01 -
·
Manhã: Análise de conjuntura: "Tecendo a União dos
Povos frente ao capitalismo – Caminhos da Aliança Indígena, Preta e
Popular";
·
Tarde: Malocas Saberes (Rodas de Conversas) sobre Terra e
Território, Educação, Saúde e Agroecologia Popular;
·
Noite: Grande Roda das Juventudes do Campo e da Cidade,
seguida do Cultural dos Povos.
31/01 -
·
Manhã: Feira Agroecológica com discussões sobre combate à
fome e apresentação de trabalhos científico-populares;
·
Tarde: Oficinas práticas e teóricas; Ato Público às 17h na
Duna do Catu/Duna do Campo;
·
Noite: Grande Roda das Mulheres, seguida de mais um Cultural
dos Povos.
01/02 -
·
Manhã: Malocas Saberes (Rodas de Conversas) sobre Terra e
Território, Saúde, Educação e Agroecologia Popular;
·
Tarde: Relatos de experiências, projeções estratégicas e
apresentação da Carta da VIII Jornada de Agroecologia da Bahia;
·
Noite: Feira de Literatura dos Povos, com lançamento de
livros, roda de prosa com Mestres e Mestras, encerrando com um Ritual
Cultural dos Povos.
02/02 - Cortejo a Iemanjá e encerramento oficial da Jornada.
A participação dos jucuruçuenses Adriano Longo Ribeiro e Amilton Vieira Reis fortalece o intercâmbio de saberes entre os territórios e reafirma a importância da luta coletiva por justiça socioambiental. A Jornada promete ser um espaço de conexão, reflexão e resistência, com impactos que transcendem o evento e se refletem nos territórios dos participantes.
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