O renomado cineasta brasileiro Carlos José Fontes Diegues, conhecido como Cacá Diegues, faleceu na madrugada desta sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025, aos 84 anos, no Rio de Janeiro. A causa da morte foram complicações cardiovasculares durante uma cirurgia.
Nascido em Maceió, Alagoas, em 19 de maio de 1940, Cacá mudou-se para o Rio de Janeiro ainda na infância. Durante seus estudos na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), envolveu-se ativamente no movimento estudantil e fundou um cineclube, iniciando sua trajetória no cinema. Foi um dos principais nomes do Cinema Novo, movimento que transformou a linguagem cinematográfica brasileira nas décadas de 1960 e 1970, ao lado de Glauber Rocha e Leon Hirszman.
Ao longo de sua carreira, dirigiu mais de 20 longas-metragens, incluindo clássicos como Ganga Zumba (1964), Xica da Silva (1976), Bye Bye Brasil (1980), Tieta do Agreste (1996) e Deus é Brasileiro (2003). Seus filmes conquistaram reconhecimento internacional e foram exibidos em festivais como Cannes, Berlim e Veneza.
Em 2018, Cacá foi eleito para a Academia Brasileira de Letras (ABL), ocupando a cadeira 7, anteriormente pertencente ao cineasta Nelson Pereira dos Santos.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou a perda, destacando que Diegues "levou o Brasil e a cultura brasileira para as telas do cinema e conquistou a atenção de todo o mundo".
O velório do cineasta será realizado neste sábado, 15 de fevereiro, na Academia Brasileira de Letras, no Rio de Janeiro. O corpo será cremado no Cemitério do Caju.
A contribuição de Cacá Diegues para o cinema brasileiro é inestimável, e seu legado continuará a inspirar futuras gerações de cineastas e amantes da sétima arte.
Nota de pesar do Ministério da CulturaO Ministério da Cultura (MinC) emitiu um comunicado oficial lamentando a morte de Cacá Diegues:
*"É com profundo pesar que o Ministério da Cultura recebe a notícia da morte do cineasta e imortal da Academia Brasileira de Letras, Cacá Diegues. Importante nome do nosso cinema, Carlos José Fontes Diegues nasceu em Maceió em 1940. Com apenas seis anos, mudou-se para o Rio de Janeiro. Estudou direito, mas também foi na universidade que fundou um cineclube e teve seu primeiro contato com o cinema amador.
Dedicou grande parte de sua trajetória à popularização da sétima arte. Foi um dos líderes do Cinema Novo, ao lado de Glauber Rocha e Leon Hirszman. Durante a ditadura militar, viveu na França e na Itália.
Já de volta ao Brasil, dirigiu filmes como Quando o Carnaval Chegar (1972) e Joanna Francesa (1973). Mas foi Xica da Silva (1976) um de seus maiores sucessos. Chuvas de Verão (1978) e Bye Bye Brasil (1980) também estão entre suas obras mais importantes.
Em 1981, integrou o júri do Festival de Cannes. Além disso, foi indicado à Palma de Ouro três vezes, por Bye Bye Brasil, Quilombo e Um Trem Para as Estrelas (1987).
Cacá foi eleito imortal da ABL em agosto de 2018 para a cadeira número 7.
Ao longo de seus 84 anos, Cacá contribuiu com obras marcadas por reflexões sociais e fortes elementos da cultura brasileira.
O MinC lamenta sua partida e
agradece sua imensa contribuição à cultura nacional."*
Nenhum comentário:
Postar um comentário