A chikungunya é uma
doença viral transmitida pelos mosquitos Aedes
aegypti e Aedes albopictus, os mesmos
vetores da dengue e do zika vírus. Seus sintomas incluem febre alta, dores
articulares intensas, cefaleia, náuseas e fadiga. Em alguns casos, as dores nas
articulações podem se prolongar por meses, comprometendo a qualidade de vida
dos pacientes.
Segundo dados do
Ministério da Saúde, o Brasil registrou um aumento expressivo de casos da
doença nos últimos anos, com surtos recorrentes em diversas regiões do país,
especialmente no Norte e no Nordeste. Em 2023, foram contabilizados mais de 170
mil casos prováveis da doença, com mais de 100 óbitos confirmados.
Diante deste
cenário, a imunização surge como uma estratégia essencial para conter a
propagação do vírus. A vacina que está em análise é produzida pelo laboratório
Valneva, sediado na Europa, e já obteve aprovação de agências regulatórias
internacionais, como a FDA (EUA) e a EMA (União Europeia). O imunizante
demonstrou alta eficácia e segurança nos estudos clínicos.
De acordo com a
secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel
Maciel, a inclusão da vacina no calendário depende de uma série de critérios
técnicos, incluindo a análise de custo-efetividade, segurança, eficácia e a
capacidade de produção e distribuição em larga escala. O processo também
envolve a avaliação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no
Sistema Único de Saúde (Conitec).
"Estamos
avançando nas discussões técnicas com especialistas e com a Anvisa. A
chikungunya é uma preocupação constante do governo federal, e a vacina pode representar
uma importante ferramenta de proteção coletiva", destacou Ethel.
A expectativa é
que, caso aprovada, a vacina seja ofertada inicialmente para públicos
prioritários, como moradores de áreas endêmicas, idosos e pessoas com
comorbidades. O Brasil poderá ser um dos primeiros países da América Latina a
disponibilizar o imunizante em programas públicos de saúde.
A possível
incorporação da vacina contra a chikungunya reforça o compromisso do Sistema
Único de Saúde (SUS) com a prevenção e o controle de doenças infecciosas,
fortalecendo a resposta do país frente aos desafios sanitários emergentes.
Da Redação Jucurunet
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