Segundo o g1 Bahia, os conflitos na região foram impulsionados por disputas territoriais recentes. No último domingo (3), indígenas da aldeia Caí ocuparam uma área localizada na fazenda, reivindicando o acesso à praia local.
Conforme as lideranças indígenas, a ocupação foi motivada pelo fechamento do acesso à praia, que anteriormente era livre, pelo fazendeiro que estava na posse da terra.
A fazenda está situada no território de Comexatibá, tradicionalmente ocupado pelo povo pataxó, e foi demarcada pela Fundação Nacional do Índio (Funai) em 2014, embora ainda não tenha sido homologada oficialmente.
A Força Nacional de Segurança Pública (FNSP), coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, foi acionada para intervir na região. Composta por policiais militares, bombeiros, policiais civis e peritos, a Força Nacional é chamada para atuar em situações emergenciais e permanecerá na área até 20 de outubro deste ano.
No sábado (8), líderes indígenas informaram que aproximadamente 15 homens armados tentaram retomar a fazenda sem uma ordem judicial de reintegração. Diante da crescente tensão, a Força Nacional precisou intervir para garantir a ordem.
O presidente da Associação do Agronegócio do Extremo Sul da Bahia (Agronex), Mateus Bonfim, declarou que a fazenda foi invadida pelos indígenas e os funcionários da propriedade foram feitos reféns. Bonfim ainda mencionou que um grupo de fazendeiros, sem armas, tentou prestar apoio ao proprietário da terra, mas todos foram recebidos com tiros.
Em relação ao fechamento do acesso à praia, a Agronex afirmou que o proprietário da fazenda adquiriu a terra e modificou a entrada para a praia. Segundo a associação, os indígenas não ficaram satisfeitos com a mudança, mas o fazendeiro se comprometeu a se reunir com a comunidade para discutir e organizar um acesso mais adequado.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública, em nota ao g1 Bahia, informou que a atuação da Força Nacional foi coordenada com a Funai, com foco na mediação dos conflitos e na preservação da segurança em áreas sensíveis. O ministério explicou que a Força Nacional realizava patrulhamento na região quando foi solicitada para ajudar na mediação entre os funcionários da fazenda e os indígenas.
De acordo com a nota, a equipe da Força Nacional comunicou imediatamente a Funai e se deslocou até o local para avaliar a situação. O caso foi resolvido de forma pacífica, sem a necessidade de ações operacionais adicionais. A Força Nacional continuará realizando patrulhamento intensificado na região./TN
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