JUCURUÇU — Quatro anos após a devastadora
enchente de dezembro de 2021, que destruiu bairros inteiros, derrubou pontes,
deixou famílias desnorteadas e marcou para sempre a história do município, a
população ainda espera por respostas que nunca chegaram.
Enquanto os sobreviventes seguem lutando para
reconstruir suas histórias com recursos próprios, a Prefeitura de Jucuruçu,
comandada pelo prefeito Arivaldo de Almeida Costa (Lili), não
cumpriu o compromisso de entregar as casas prometidas às famílias desabrigadas.
Até hoje, nenhuma unidade habitacional foi oficialmente entregue, apesar de
construções concluídas tanto na sede quanto no distrito do
Coqueiro.
O único benefício mantido aos afetados segue
sendo o aluguel social, insuficiente diante da tragédia
vivida. As obras de reconstrução das 56 casas destruídas e das
4 pontes levadas pela força das águas permanecem sem conclusão
definitiva.
Diante de tantas perguntas sem respostas, um
questionamento ecoa nas ruas, nas casas, nas redes sociais e nos corredores da
Câmara Municipal:
— Para onde foi a verba da enchente
de Jucuruçu?
Esse debate ganhou força após declarações
públicas do Deputado Federal Cláudio Cajado (PP-BA). Em
setembro de 2022, Cajado divulgou em suas redes sociais que Jucuruçu recebeu R$
1.873.680,00 destinados à reconstrução pós-enchente, provenientes de
suas emendas parlamentares. Além disso, segundo o próprio deputado, o município
teria recebido, no total, cerca de R$ 7,5 milhões em recursos
federais emergenciais.
A pergunta que não cala é inevitável:
Onde está esse dinheiro? Por que as
casas ainda não foram entregues? Por que pontes essenciais à mobilidade do município
seguem em situação precária?
Um exemplo que revolta os moradores é a ponte
construída na entrada do distrito do Coqueiro. A obra, que deveria simbolizar
reconstrução e dignidade, se tornou sinônimo de vergonha pública devido à sua
largura considerada insuficiente para o tráfego seguro.
Enquanto isso, construções de casas seguem
ocorrendo com verbas federais, mas — como denunciam moradores — parecem estar
sendo guardadas para serem entregues apenas em período eleitoral, o que gera
ainda mais desconfiança e tensão social.
Diante desse cenário, cresce a cobrança
popular para que os vereadores exerçam seu papel fiscalizador,
exijam documentos, convoquem responsáveis, cobrem esclarecimentos e expliquem
ao povo o destino das verbas destinadas à reconstrução do município.
O DRAMA QUE NUNCA ACABA: QUATRO ANOS
DE SILÊNCIO
A enchente de 2021 destruiu vidas, memórias e
estruturas. Famílias que perderam tudo guardam até hoje a esperança de ver a
promessa de reconstrução finalmente acontecer.
Mas essa espera tem sido longa, dolorosa e repleta de dúvidas.
O município atravessa um dos piores momentos
administrativos de sua história, segundo moradores e lideranças locais. As
queixas envolvem lentidão de obras, falta de transparência, promessas não
cumpridas e uma gestão marcada por dúvidas que se multiplicam a cada dia.
1. M. de L. 62 anos, sobrevivente da
enchente:
"Eu perdi minha casa na beira do rio. Disseram que iam construir
outra, mas até hoje nada. O aluguel social ajuda, mas não traz minha dignidade
de volta."
2. J. F. agricultor:
"A ponte do Coqueiro ficou uma vergonha. Parece que foi feita com
pressa e sem planejamento. Com tanto dinheiro que disseram que veio, era pra
ser uma ponte de primeira."
3. C. S. Comerciante:
"Falam em milhões e mais milhões, mas a cidade continua no sofrimento.
A gente quer ver documentos, notas, explicações."
4. R. - morador do Centro:
"A prefeitura começou umas casas ali no Coqueiro. Mas parece que só
vão entregar quando entrar a campanha. Isso revolta a gente."
5. P.
"Nossa comunidade foi uma das mais atingidas. Até hoje ninguém veio
dar uma satisfação completa. É muito descaso."
6. J. Mototaxista:
"Todo mundo fala desse tal dinheiro da enchente, mas ninguém vê
resultado. Quatro anos já, isso é um absurdo."
7. A. - professora:
"Os vereadores precisam agir. Eles estão lá para fiscalizar. O povo
exige respostas."
8. E. Pedreiro:
"Se tivesse transparência, não tinha tanto falatório. Mas enquanto
escondem, o povo desconfia."
9. D. Aposentada:
"Meu filho perdeu tudo na enchente. Só recebe o aluguel social até
hoje. E a casa prometida? Nunca chegou."
10. C. J universitário:
"A verdade é que Jucuruçu vive seu pior momento administrativo. A
população está cansada."
JUCURUÇU PEDE RESPOSTAS
Passados quatro anos da tragédia, a cobrança
por esclarecimentos se intensifica. O povo quer saber:
·
Cadê as
56 casas que seriam reconstruídas?
·
Por que
as 4 pontes não foram entregues adequadamente?
·
Onde
estão os relatórios detalhados do uso das verbas?
·
Por que
as obras avançam tão lentamente?
·
Por que
nenhuma casa foi oficialmente entregue?
O que se espera agora é que a Câmara
Municipal convoque o prefeito Arivaldo de Almeida Costa, secretário de obras,
secretaria de assistência social e demais responsáveis para prestar
esclarecimentos públicos, detalhados e transparentes, como exige a Lei de
Acesso à Informação e o dever constitucional de gestão responsável.
O município precisa, urgentemente, recuperar
a confiança perdida.
E o primeiro passo para isso é simples: mostrar
a verdade.





