Seja a continuidade da presidente, seja a discussão na Câmara dos Deputados sobre o impeachment, seja a questão do TSE", disse Aécio após cerimônia em homenagem a Eduardo Campos, no Recife. "A oposição não governa. Os erros que hoje estão ocorrendo são por conta do governo, não pode responsabilizar os outros pelos seus problemas. A primeira questão para você resolver um problema é você reconhecer o problema", afirmou Alckmin, rebatendo a declaração da presidente Dilma de que haveria um "vale-tudo" para tentar atingir o governo.
Os tucanos criticaram a atitude do governo de não reconhecer os erros e de "terceirizar" as responsabilidades para solucionar a crise política. "Percebemos que quanto mais o governo insiste na terceirização de responsabilidades, como nós assistimos no último programa eleitoral do PT, mais ele se distancia da verdade", afirmou Aécio. "O que nós precisamos é passar a limpo essa roubalheira e o país crescer", disse Alckmin.
Eles evitaram, contudo, passar a imagem de que estariam atuando nos bastidores para provocar a queda de Dilma. "Essa questão de impeachment não está colocada neste momento, não há nenhuma proposta hoje de impeachment no Congresso Nacional. O que precisa agora é investigar, investigar e investigar e cumprir a Constituição", afirmou Alckmin. "Só existirá nova eleição se anular a eleição passada, isso hoje não é discutido." DIVISÃO Conforme a Folha de S.Paulo mostrou no domingo (9), o PSDB está dividido internamente sobre qual saída defender para a crise.
Enquanto o grupo ligado a Aécio defende a saída da presidente Dilma e do vice, Michel Temer, com a convocação de novas eleições, a ala do senador José Serra quer a saída apenas da petista, com a possibilidade de o senador se tornar ministro de Temer. Já o grupo de Alckmin não deseja mudanças, para que ele possa pleitear a candidatura à Presidência em 2018. Segundo Aécio, é o próprio governo quem cria dificuldades para continuar no comando do país.
"Eu vejo esse governo criando maiores dificuldades porque não teve até hoje a capacidade de fazer a mea culpa, de reconhecer que errou, que levou o Brasil para um caminho equivocado. Enquanto isso não houver, mais distante esse governo vai estar de ele próprio conseguir superar a crise", afirmou. O senador tucano defendeu ainda que a oposição precisa atuar como "guardiã" das instituições que investigam os escândalos de corrupção no país.
"Nós, enquanto oposição, temos que garantir esse funcionamento, seja dos tribunais de Contas e Eleitoral, seja do Ministério Público e Polícia Federal. O PSDB é guardião das nossas instituições e caberá ao governo, não à oposição, superar a crise que ele próprio criou", afirmou o senador tucano.
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