Prado: Os pais do bebê que
morreu após supostamente cair de um carro em movimento, no ano de 2016, na
cidade de Prado, no sul da Bahia, irão a júri popular. A determinação foi de
desembargadores do Tribunal de Justiça (TJ-BA), no último dia 15, após recursos
interpostos pelo Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA).
A data do júri popular ainda
não foi determinada. O pai da criança, Jorge Mendes Carneiro, chegou a ser
inocentado em júri popular em maio do ano passado, depois que os jurados
entenderam que o garoto teria se desprendido da cadeirinha do bebê conforto e caído
na pista. No entanto, o MP recorreu e os desembargadores do TJ-BA entenderam
que a sentença de absolvição de Jorge não estava de acordo com o que apontavam
os autos.
A mãe do bebê, Erisângêla
Santos Silva, chegou a ser presa pela polícia à época,mas foi solta porque a
Justiça entendeu que não havia indícios para incriminá-la, mas o pai continuou
preso. A decisão dos desembargadores foi unânime e ainda cabe recurso. A
Justiça decidiu sobre dois recursos do Ministério Público do Estado da Bahia;
um sobre a decisão do júri que inocentou o pai e o outro que havia entendido
que a mãe não tinha envolvimento com o crime.
Segundo o promotor Moisés
Guarnieri dos Santos, que atuou até a fase de recursos do caso, há indícios de
que os pais teriam agredido o filho em meio a uma discussão, causando a morte
do bebê por traumatismo craniano. Os pais serão julgados pelos crimes de
homicídio duplamente qualificado por motivo fútil e emprego de recurso que
impossibilitou a defesa da vítima, além de fraude processual, já que são
suspeitos de alterarem a cena do crime no intuito de modificar a evidência dos
fatos.
Caso: A morte do bebê ocorreu
no dia 29 de outubro de 2016, mas os pais da vítima só registraram o ocorrido
no dia seguinte. Para a polícia, o pai da criança contou que o bebê estava no
banco de trás, na cadeirinha, mas sem o cinto de segurança. De acordo com ele,
na trepidação da estrada, a criança foi derrubada da cadeira e conseguiu abrir
a porta do carro, o que causou a queda. Ele contou ainda que socorreu o filho
até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Prado, mas a criança não resistiu
aos ferimentos.
Júlio César Telles, delegado
responsável por investigar o caso, considerou a versão contraditória com os
fatos e suspeitou que a criança foi vítima de agressão. Durante as
investigações, a polícia tomou conhecimento de que a criança já tinha sido
agredida em agosto do mesmo ano, na cidade de São Félix do Coribe, no oeste da
Bahia.
A Justiça determinou o pedido
de exumação do corpo da vítima, que passou por uma segunda perícia, para
elucidar a investigação do caso. A partir dessa exumação, as agressões foram
constatadas e o casal foi preso, em dezembro do ano passado. Em seguida, a mãe
foi liberada, porque a Justiça entendeu que não havia elementos para incriminá-la,
e o pai continuou preso./G1
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