O mandato do prefeito Gilson
Fantin (PSDB) da cidade de Registro, distante 179 km da capital e com pouco
mais de 56 mil habitantes no interior de São Paulo, foi cassado durante uma
sessão extraordinária na Câmara Municipal da cidade na noite de quinta-feira
(27/06). Ele foi um do alvos da Operação Prato Feito, em 2018, que visou
desarticular suspeitos de desviar recursos voltados à Educação. Quem assume a
gestão da cidade nesta sexta-feira (28/06) é o vice-prefeito Nilton José
Hirota.
Em março deste ano, a Câmara
Municipal de Registro aprovou a abertura de uma comissão Processante para
apurar as denúncias contra o prefeito Gilson Fantin. Em maio, ele foi indiciado
pela Polícia Federal (PF) por integrar organização criminosa, prática de
corrupção ativa e passiva e fraudes em licitações para aquisição de uniformes
escolares. A ex-secretária de educação Simone Patrícia de Castilho Cunha e o
ex-chefe de gabinete Luciano Miyachita também foram indiciados.
Na sessão extraordinária
desta quinta-feira, que votou o requerimento que pedia a cassação do mandato,
Fantin não compareceu e foi representado pelo advogado de defesa, Alexsander
Neves Lopes. O relatório apresentado pela Comissão Processante apontou crimes
de responsabilidade numa suposta fraude para a compra de uniformes escolares
entre 2014 e 2018.
Prefeito de Registro (SP) tem
mandato cassado em sessão da Câmara — Foto: Reprodução/Facebook
O advogado de defesa rebateu
as informações do requerimento e, na sequência, a mesa passou para a votação
dos artigos infringidos pelo prefeito que pediam a cassação. Eram duas
infrações político administrativas: omitir-se ou negligenciar na defesa de
bens, renda, direitos ou interesses do município, e proceder de maneira
incompatível com o cargo.
As duas foram votadas e
aprovadas por unanimidade pelos parlamentares. Após a votação, o presidente da
Câmara leu o decreto de cassação do mandato de Gilson Fantin. Com isso, quem
assume a gestão da cidade já nesta sexta-feira é o vice-prefeito Nilton Hirota.
"Eu respeito a decisão
porém, efetivamente, não concordo. Ela foi baseada unicamente em prova
produzida no inquérito policial que não tem contraditório, que não tem ampla
defesa, que não tem uma gravação, uma interceptação telefônica efetivamente
dele. Entendo prematura essa decisão, motivo pelo qual a defesa vai utilizar
dos meiso legais para colocá-lo de volta ao cargo", finalizou o advogado
de defesa.
Operação Prato Feito
A operação foi deflagrada no
dia 9 de maio de 2018. Na época, Luciano Miyashita e Simone Patrícia de
Castilho Cunha foram afastados das funções públicas por decisão da 1ª Vara
Federal de São Paulo e, logo após, foram exonerados de seus cargos.
As investigações da Operação
Prato Feito apuraram que os grupos criminosos agiriam em 30 municípios,
inclusive em outras cidades da Baixada Santista e do Vale da Ribeira (SP),
contatando prefeituras por meio de lobistas, para direcionar licitações de
fornecimento de recursos federais para a educação destinados ao fornecimento de
merenda escolar, uniformes, material didático e outros serviços.
Durante a Operação, a Polícia
Federal encontrou dinheiro dentro da casa do prefeito Gilson Fantin./Zero Hora
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