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quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Itamaraju: TCM rejeita contas de Marcelo Angênica e seu futuro político está nas ‘mãos da Câmara’



Itamaraju: TCM rejeita contas de Marcelo Angênica e seu futuro político está nas ‘mãos da Câmara’


O prefeito de Itamaraju, Marcelo Angênica (PSDB), teve as contas referentes ao exercício de 2018 rejeitadas pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), na tarde desta quarta-feira (27). Segundo o TCM, o gestor extrapolou o limite máximo para despesa total com pessoal e não comprovou o recolhimento de multa da sua responsabilidade.

Com isso, o chefe do Executivo foi multado em R$ 72 mil, que corresponde a 30% dos seus subsídios anuais, pela não recondução dos gastos com pessoal ao limite previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal. Também foi aplicada uma multa de R$ 4 mil pelas demais irregularidades encontradas no relatório.

Ainda conforme o Tribunal, a despesa com pessoal da prefeitura de Itamaraju alcançou o montante de R$ 70.254.281,86, representando o percentual de 56,13% da receita corrente líquida do município, superior, portanto, ao limite de 54% estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Em relação à multa, o gestor não comprovou o recolhimento de penalidade aplicada nos autos do Processos TCM nº 72075-17, no valor de R$ 1 mil.

Impedimento

Em decisão de agosto de 2016, o Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que só a rejeição das contas do prefeito pela Câmara de Vereadores pode torná-lo inelegível. O parecer de Tribunal de Contas não tem o poder de impedir o político de se candidatar.

O problema maior para os gestores com contas rejeitadas é que para contrariar os pareceres do TCM, eles precisam de dois terços da composição total do Legislativo. No caso específico de Itamaraju, o prefeito Marcelo Angênica terá que conseguir votos favoráveis de 11 dos 15 vereadores, se quiser disputar mais um mandato, caso contrário entrará de vez na lista dos fichas-sujas e fica inelegível. Ele também ainda pode recorrer ao próprio Tribunal, que dificilmente contraria um parecer fundamentado.

Inferno astral

O grande entrave para Angênica, porém, está na construção dessa maioria absoluta de dois terços que ele não tem na Câmara Municipal de Itamaraju. Recentemente com assinaturas de seis vereadores (Evando Rodrigues, Zé do Bolo, Egnaldo Fernandes, Izabel Cristina, Som de Nova Alegria e Marcão da CUT), foi aberta uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), para investigar supostas irregularidades na administração municipal. Os trabalhos da Comissão estão em curso e os vereadores acusam o gestor municipal de utilização de documentos falsos para receber diárias e passagens, com o objetivo de visitar uma indústria que produz pequenas usinas utilizadas em pavimentação asfáltica.

De acordo com a denúncia Angênica e seu secretário de Obras, Antônio Charbel, teriam apresentado atestados de comparecimento falsos alegando que estariam na cidade de Salvador no mesmo dia em que estavam no estado de São Paulo.

Ainda segundo a denúncia o gestor municipal teria viajado para a capital paulista e lá negociado previamente o valor de compra da máquina para pavimentação, o que contrariaria a Lei de Licitações. A empresa visitada por Marcelo Angênica, ainda segundo a denúncia, foi a única participante da licitação e também a vencedora do certame.

Os vereadores questionam ainda o fato de que, para burlar a fiscalização do Tribunal de Contas dos Municípios e da própria Câmara, o gestor não teria enviado os documentos da licitação ao TCM.

O vereador Egnaldo Fernandes, ex-aliado da administração municipal, relata que a máquina adquirida pelo município, além da irregularidade de compra, comprovou ser apenas útil para tapar buracos, mas passaria longe de ser uma usina de asfalto, como anunciado pela administração municipal. “Isso é fato, tanto que a gestão contratou recentemente uma empresa especializada para asfaltar um rua da nossa cidade”./TH

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