A corrupção no Brasil é maior do que a média global e da América Latina, de acordo com a percepção de especialistas consultados pela ONG Transparência Internacional.
A organização publicou, nesta quinta-feira (28/01) o IPC (Índice de Percepção da Corrupção), divulgado desde 1995.
A escala do índice vai de 0 a 100, em que 0 significa que o país é percebido como “altamente corrupto” e 100 é a avaliação de um país percebido como “muito íntegro”. Notas abaixo de 50 indicam níveis graves de corrupção.
A nota do Brasil (38) ficou abaixo da média da América Latina (41) e mundial (43) e distante da média dos países do G20 (54) e da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) (64).
O estudo aponta que o Brasil subiu 3 pontos (era 35 em 2019). A variação, no entanto, não é estatisticamente significativa, já que a pesquisa tem margem de erro margem de erro de 4,1 pontos para mais ou para menos.
O aumento fez o Brasil passar da 106ª posição para a 94ª, em ranking que considera 180 nações e territórios. O país segue atrás de Colômbia, Turquia e China, por exemplo.
A nota alcançada pelo Brasil em 2020 foi a mesma registrada em 2015. Representa o 3º pior resultado da série histórica. Com exceção dos anos de 2012 e 2014, o país sempre esteve abaixo da média global (43).
De acordo com Bruno Brandão, diretor executivo da Transparência Internacional no Brasil, o país segue estagnado no IPC em função de retrocessos na agenda anticorrupção.
“O Brasil continua falhando em promover reformas que realmente ataquem as causas estruturais de seu quadro de corrupção sistêmica. Ao contrário, o país passa por um processo extremamente preocupante de desmanche de sua capacidade institucional para o enfrentamento da corrupção”, declarou.
Sobre os desafios do Brasil no enfrentamento da corrupção, a organização destacou os relatórios “Brazil: Setbacks in the Legal and Institutional Anti-Corruption Frameworks“, publicado originalmente em 2019 e atualizado no final de 2020.
Os estudos criticam o Brasil pela perda da independência dos órgãos de controle e por ataques à sociedade civil e à imprensa.
DADOS GLOBAIS DO IPC
Os países com as melhores pontuações em 2020 foram Dinamarca e Nova Zelândia (ambos com 87 pontos), Finlândia (86), Singapura, Suécia e Suíça (os 3 com 85 pontos).
No extremo oposto, as nações com as piores avaliações foram Venezuela (16), Iêmen (15), Síria (13), Sudão do Sul (12) e Somália (9).
Na região das Américas, os melhores desempenhos foram registrados por Canadá (77), Uruguai (71), Chile e Estados Unidos (ambos com 67 pontos), e Barbados (64).
As piores notas, por outro lado, foram atribuídas a Guatemala (25), Honduras (24), Nicarágua (22), Haiti (18) e Venezuela (15)./poder360
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