A América só tem um dono. O Fluminense deixou isso claro no Maracanã diante daquele que era uma velha pedra no sapato. O tricolor resistiu à catimba da LDU e conquistou o título inédito da Recopa Sul-americana ao vencer por 2 a 0 (2 a 1 no placar agregado). Uma vitória com muito drama (jogou com um a menos a partir dos 33 do segundo tempo), mas também com o espírito guerreiro.
Uma conquista que contou com um herói simbólico: Jhon Arias, aquele que é considerado o motor do time e jogador mais emblemático da Era Diniz. O colombiano foi o autor dos dois gols e ajudou a espantar de vez o fantasma da LDU, algoz do tricolor em finais anteriores (Libertadores-08 e Sul-Americana-09).
- É um gosto especial para o torcedor tricolor. Estamos muito felizes, trabalhamos muito. Foi uma partida muito difícil para nós. A LDU é um grande time. E queria aqui paralisar o jogo, fazer cera. Mas estou feliz pelos gols, por conseguir este título que premia tudo o que fizemos desde o ano passado com a conquista da Libertadores - comentou o herói da noite.
A verdade é que boa dose do drama vivido pelo Fluminense se deve ao fato de ele ter demorado muito tempo para acelerar o ritmo. O time passou o primeiro tempo com um futebol pouco criativo, que sofreu para encontrar espaços diante de uma marcação muito bem feita pela LDU, que foi ao Maracanã com o único intuito de se defender.
Além disso, a arbitragem permitiu que os equatorianos fizessem "cera" e deixassem o tempo passar com cobranças lentas de tiro de meta e excesso de quedas. Os tricolores se deixaram levar pela provocação e se irritaram.
O cenário começou a mudar com a entrada de John Keneddy, na volta do intervalo, e do trio Marcelo, Renato Augusto e Douglas Costa, aos 21 da etapa final. O Fluminense ganhou o que lhe faltou na maior parte do jogo: intensidade, mobilidade e presença de área.
A nova postura foi premiada com dois gols que levaram o Maracanã ao êxtase. E com um herói diferente, ainda que nada surpreendente: Jhon Arias, aquele que tem sido o jogador mais regular, mas costuma ser mais discreto que os companheiros de ataque. Aos 30, ele subiu sozinho para cabecear com precisão o levantamento de Samuel Xavier.
A expulsão de Kennedy, três minutos depois, por pisão em Zambrano, poderia representar uma ducha de água fria. Mas não. Foi o oposto. O time se aguerreou ainda mais. E, aos 41, Renato Augusto foi atingido por Valverde na área. Pênalti que o herói Arias não titubeou em cobrar. Com categoria, fez o gol que garantiu o título, levou o Maracanã a loucura e exorcizou de vez o fantasma da LDU./extra
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