Ana vinha lutando há seis meses para se livrar das consequências deixadas pelo chá em seu fígado. Após passar mal, ir ao médico e descobrir as substâncias que haviam no chá, ela teve o conhecimento de que o produto pode fazer com que algumas pessoas venham a contrair uma hepatite fulminante. Como ela já teve a doença, os efeitos do chá foram ainda mais nocivos ao seu fígado e fizeram com que ela entrasse na fila para um transplante do órgão. A jovem já vinha alertando conhecidos e até concedeu uma entrevista sobre a questão ao programa Bom Dia MS, da TV Morena.
A jovem havia relatada na entrevista que tomou por um mês o ‘noz da índia’, período em que passou a ter muitos problemas de saúde. “Queria perder peso, fui atrás e me convenci dos resultados rápidos que o chá poderia trazer. Em 30 dias tomei o ‘noz da índia’ e parecia que iria mesmo perder peso rápido. Mas a partir de então também adquiri inchaço no corpo, fraqueza; problema emocional, ficando isolada no quarto, dores e por fim estourei meu fígado”, relatou Ana ao Bom Dia MS.
O médico hepatologista, Ivan Reiyes, alerta que o que aconteceu com Ana pode ser a realidade de qualquer pessoa, pois o uso de qualquer substância sem acompanhamento clínico pode trazer efeitos colaterais. “Tudo causa alguma toxidade e depende do organismo e da sensibilidade individual. Emagrecedores, chás, ervas servem para um e para outro da mesma família não. Além de ver o preparo, que muitos são em condições irregulares, que levam junto bactérias e vírus. Este chá ‘noz da índia’ já foi verificado que pode dar hepatite fulminante e levar à morte, se não ao transplante do fígado”, explicou.
Recorrer e conscientizar
A irmã da jovem, Marisângela Sales, falou na tarde desta terça-feira (2), momentos antes do início do velório, sobre o acontecido e que a família irá pensar como irá proceder para buscar alguma indenização ou mesmo para alertar autoridades, a população e conscientizar sobre o perigo deste chá e de muitos outros produtos.
“No momento estamos tentando recuperar, superar primeiro a perda e pensar direito no que podemos fazer. À princípio foi essa semente do chá médico. Ela já teve hepatite na adolescência, que veio novamente à tona e agravada agora devido ao ‘noz da índia’. Há seis meses ela lutava com o fígado que ‘estourou’ e não aguentou até o transplante”.
A irmã apontou que a família pediu um laudo especial ao IML (Instituto Médico Legal). “Não vamos fazer nada, até porque não temos provas concretas. Após com laudo oficial é que vamos ver o que se pode fazer. Ou mesmo denunciar este chá e mostrar, conscientizar as pessoas para o mal que pode fazer e acabar como a Ana”, disse Marisângela.
Nenhum comentário:
Postar um comentário