A 5ª edição do Índice de
Homicídios na Adolescência (IHA), que foi divulgada à imprensa nesta
quarta-feira (28), no Rio de Janeiro, aponta que a Bahia é o segundo estado do
país com a maior concentração de assassinatos entre jovens de 12 anos a 18
anos.
Os dados da pesquisa ainda
indicam que o município de Itabuna, no sul da Bahia, lidera em número de
homicídios nesta faixa etária entre as cidades brasileiras com mais de 200 mil
habitantes. Dentre as capitais, Salvador desponta como a terceira com maior risco
de morte para adolescentes.
O levantamento foi elaborado
pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), o
Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o Observatório de Favelas e o
Laboratório de Análise da Violência da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(LAV-UERJ) e leva em conta dados coletados no ano de 2012.
A pesquisa mostra que, dentre
os cinco estados brasileiros mais letais para jovens de 12 a 18 anos, quatro
ficam na região Nordeste. O estado de Alagoas lidera o ranking com um Índice de
Homicídios na Adolescência (IHA) de 8,82. A Bahia vem logo atrás com índice de
8,59, seguido pelo Ceará, com 7,74. Em quarto lugar aparece o estado do
Espírito Santo, na região Sudeste, com índice de 7,15. Logo após, aparece a
Paraíba - também no Nordeste -, com índice de 6,04.
A pesquisa coloca o município
baiano de Itabuna, no sul da Bahia, com IHA de 17,11 - o maior dentre todas as
cidades brasileiras com população superior a 200 mil habitantes.
Dentre as 20 cidades mais
letais para jovens, cinco estão na Bahia. Além de Itabuna, a lista traz
Camaçari em quinto lugar com IHA de 9,82; Vitória da Conquista em oitavo com
8,50; Salvador em nono com 8,32; e Feira de Santana em 13º com índice de 6,79.
Por meio de nota, a
Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP) afirma que o número de Crimes
Violentos Letais Intencionais (CVLIs) no município baiano de Itabuna teve
redução de 23,6% em 2013 (133), numa comparação com o ano de 2012 (174).
O decréscimo, segundo a
pasta, foi resultado de operações no combate aos homicídios e ao tráfico de
drogas na região, a exemplo da transferência de seis líderes de organizações
criminosas, detidos no Conjunto Penal de Itabuna, para presídios federais, em
março de 2013.
Ainda por meio da nota, a SSP
destaca que no bairro de Monte Cristo já funciona uma Base Comunitária de
Segurança (BCS) com ações de prevenção a violência voltada para crianças e
jovens, além da inauguração do Centro Integrado de Comunicação (Cicom), que
teria otimizado o trabalho da polícia na região.
Nordeste
De acordo com os dados, a
região Nordeste apresenta a maior incidência de violência letal contra
adolescentes, com um índice igual a 5,97. Em contrapartida, o Sudeste possui o
menor valor, com uma perda de 2,25 jovens em cada mil.
O estudo ainda revela que a
possibilidade de jovens negros serem assassinados é 2,96 vezes maior do que os
brancos. Os adolescentes homens apresentam um risco 11,92 vezes superior de
morte quando comparado a jovens do sexo feminino. Conforme levantamento, a arma
de fogo é o principal meio utilizado nos assassinatos na faixa etária de 12 a
18 anos.
Em relação a todo o país, o
estudo mostra que os homicídios representam 36,5% das causas de morte dos
adolescentes no país, enquanto para a população total correspondem a 4,8%.
Para a elaboração do IHA, a
Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República afirma que foram
analisados 288 municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes. O
levantamento tem como base os dados dos Censos 2000 e 2010, do IBGE, e do
Sistema de Informações sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde.
O IHA faz parte das ações do
Programa de Redução da Violência Letal Contra Adolescentes e Jovens (PRVL),
criado em 2007./G1
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