Em uma troca de mensagens de
celular, a deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) chamou o ministro do Supremo
Tribunal Federal Edson Fachin de vagabundo. Ela é um dos principais alvos da
Operação Registro Espúrio, que investiga o loteamento do Ministério do Trabalho,
e ele é o relator da Lava Jato na Corte. A informação é do jornal Folha de S.
Paulo.
De acordo com a reportagem,
em 2 de junho a deputada trocou mensagens com o então titular da pasta, Helton
Yomura sobre a possibilidade de Fachin ressuscitar o imposto sindical, que foi
extinto no ano passado pela reforma trabalhista. “Olha esse vagabundo mostrando
para que veio”, escreveu. Minutos depois, chegou a resposta de Yomura: “estamos
atentos”.
A conversa aconteceu apenas
três dias após a Polícia Federal ter cumprido os primeiros mandados expedidos
contra os investigados do ministério. O celular de Cristiane foi apreendido por
ordem de Fachin em 12 de junho e as mensagens serviram para a corporação
embasar nova etapa da operação em 5 de julho.
Fachin era o relator da ação
que questionava a constitucionalidade da mudança na legislação. Ele decidiu, no
entanto enviar o caso para análise do plenário do Supremo. O colegiado decidiu
pela validade da norma.
A PF considerou a mensagem
como grave. ““Registro aqui que a ofensa gratuita proferida contra Vossa
Excelência –que é publicamente reconhecido como um dos magistrados mais sérios
e competentes deste país– reverbera sobre todo o sistema de persecução penal”,
escreveu o delegado Leo Garrido de Salles Meira em documento de 22 de junho, no
qual requereu medidas contra vários investigados.
Em nota ao jornal, Cristiane
Brasil afirmou que “o vazamento de uma conversa não relacionada com as
investigações extrapola a liberdade de
imprensa e a proteção da fonte, aviltando o direito à privacidade e a
prerrogativas parlamentares”.
A deputada afirmou ainda que
pedirá, na segunda-feira (16), a abertura de investigação para apurar os fatos.
Ela questionou ainda a importância da informação e disse que ela apenas “cria
uma intriga entre ela e o ministro”./metropoles
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