A vitória por 1 a 0 sobre o Vasco, neste domingo, no Maracanã, colocou o Flamengo na quarta final seguida de Campeonato Carioca. O gol foi de Arão, após cruzamento na área. Agora, o time vai em busca do tetracampeonato. O técnico Paulo Sousa reconheceu que a conquista é o grande objetivo do clube nesta primeira parte da temporada.
- O grande objetivo é o tetra. Tivemos uma vitória sem sofrer gol, e estamos trabalhando em cima disso. Tem a ver com a capacidade da linha defensiva e dos volantes. Hoje estrategicamente baixamos um pouco nosso bloco para procurar transições. O que tivemos de perspectiva, aconteceu: vencer, não sofrer gols e participar de uma final que nos aproxima de sermos tetra.
O Flamengo espera o vencedor da outra semifinal, entre Botafogo e Fluminense, para saber quem será seu adversário na decisão. A data exata ainda está indefinida, mas o primeiro jogo será quarta ou quinta-feira da outra semana, enquanto o segundo jogo está previsto para o fim de semana seguinte.
Jogo de "trocação" até o gol de Arão
- Nossa intensidade, principalmente mental, não foi ideal. Os principais protagonistas, como foi o caso do Arrascaeta, não estiveram em seu melhor nos primeiros 20 minutos. Muita precipitação e erros de passes simples. As intensidades, seja na mobilidade ou nas transições ofensivas nem sempre foram as melhores. Sabíamos que ia acontecer em alguns momentos a vantagem do nosso adversário, como aconteceu. - Tomamos a decisão de ter um jogador no corredor central como o Pedro, que tem menos intensidade na pressão. Procuramos ter entre as linhas um jogador como o Gabi na procura de resolver os problemas só com dois volantes. Sobretudo, acho que fomos muito precipitados no controle e no passe. Depois a equipe foi crescendo, até pelo desgaste do nosso adversário. Isso se concretizou na segunda parte.
Falta de pontaria
- Não me parece ser algo para eu corrigir. Existe uma técnica individual. Trabalhamos muito as finalizações. Nós procuramos dar soluções e dinâmicas aos jogadores para criar situações de gol. Nós criamos chances que poderíamos ter fechado a classificação mais cedo. Mas vamos continuar, porque temos jogadores de qualidade. Sem esquecer que para finalizar temos que criar.
Estratégias da partida
- A cobertura no corredor direito era com maior foco do João Gomes, mas em alguns momentos o Arão teve esse posicionamento. Nos primeiros 20 minutos, tão errôneos com a bola, fez com que o próprio Arrasca, em termos de intensidade, não se reposicionasse no momento da perda. Temos que estrategicamente ter elementos que nos possam favorecer. Várias vezes no primeiro tempo teve jogador do Vasco sem pressão que conseguia encontrar um companheiro livre nas costas do nosso meio de campo. Isso nos levou para trás. Nos outros jogos controlamos melhor.
Esse clássico é diferente?
- Sem dúvida. Essa sinergia que nós procuramos ter, e dou meus parabéns para nossa torcida, que foi espetacular. Vamos ter momentos em que vamos passar por dificuldades, enfrentar adversários que nos criem problemas, e vamos precisar deles para nos empurrar, nos dar intensidade. É muito diferente. Nota-se nos jogadores o peso. Até diluir esse peso precisam de um tempo para se adequarem.
Diferença do primeiro tempo para o segundo
- A equipe tem que estar pronta porque temos objetivos claros, que é ganhar. Quem estiver mais pronto estará em campo. Isso é um processo. Mesmo nos processos há momentos de dificuldades, como foram os primeiros 20 minutos hoje. Depois começamos a ser nós e a criar chances. Fomos aumentando com o jogo. As substituições melhoraram, nos deram velocidade. Nosso adversário correu atrás da bola e cansou, porque temos uma qualidade muito grande para dar velocidade. Isso nos dá mais alternativas, mas temos que ser mais eficazes e dimensionar melhor nossas vitórias.
Atuação de Marinho
- Vou repetir o que tenho dito. Os adversários que precisam temer a camisa do Flamengo, e não os jogadores que estão em campo. Nosso elenco tem que estar preparado. Já entenderam que é importante treinar bem para levar isso para o jogo. Como responsável, vou tomar as minhas decisões. Há um progresso no Marinho e também no Pedro. O próprio Vitinho entrou no jogo muito bem, criou boas chances. Por isso eles todos precisam se sentir titulares em um elenco com atletas com características diferentes.
Período longo de preparação para final
- Vamos aproveitar para recuperar alguns jogadores, algumas contraturas musculares. Agradeço aos recursos humanos que encontramos no Flamengo. Nosso departamento médico, sua qualidade e disponibilidade. Não é só um trabalho no campo. Recuperar fisicamente e mentalmente. Existe também o cansaço mental pela complexidade do que pedimos. Vamos continuar a trabalhar muito, porque queremos mandar nos jogos. Temos que estar preparados. É diferente ter um Everton ou um Gabi entre as linhas, por exemplo. Também faremos muitos trabalhos de finalização para sermos mais eficazes. Trabalhar a linha ofensiva. Os nossos volantes cresceram muito... encurtamento de distância, antecipações. Algo que vamos continuar a trabalhar.
Lesões preocupam para a temporada?
- Temos um departamento médico extraordinário. Fisiologia também. Temos que separar as lesões. Algumas são fatalidades, acontecem. O que podemos fazer para prevenir, fazemos. As nossas sessões são com intensidades de jogo. Isso tem ajudado. A grande maioria, com exceção do Rodrigo Caio, que teve uma bactéria (infecção nos pontos da cirurgia no joelho), em breve vamos poder contar com todos.
Segunda decisão pelo Flamengo. Time já está com fome?
- Vejo jogadores com bastante
compromisso. Nem sempre regulares, mas com compromisso. Alguns com dificuldade
de entendimento tático, o que é algo normal porque temos pedido coisas
diferentes. Mas todos com muito compromisso. Precisamos de todos para traduzir
nosso domínio com mais efetividade./globo
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