A indígena da etnia pataxóHãhãhãe que denunciou ter sido agredida por policiais militares com golpes de cassetetes, durante uma festa na cidade de Pau Brasil, no sul da Bahia, foi hospitalizada. O caso ocorreu na noite de terça-feira (19) e foi registrado em delegacia na quarta (20). Além da Polícia Civil, a Polícia Militar também investiga o caso.
O momento foi gravado por pessoas que estavam no local e as imagens viralizaram nas redes sociais. Priscila Lima contou que ela e o marido, que não é indígena, foram agredidos após passarem pelos policiais.
“Eu estava saindo do show, fui tirar umas fotos, encontramos com cinco policiais que iam passando e eu pedi licença para passar e meu marido vinha atrás. Quando eu passei, eles bateram com um cassetete no meu marido por eu ter atravessado a frente deles”, relatou.
Priscila tentou conversar com os policiais, mas um deles voltou e também a agrediu. “A única coisa que eu lembro é que ele me bateu muito. Eles estão ali para proteger a gente, nós confiamos no policial para proteger a gente, não para agredir dessa forma”, afirmou a indígena.
Após o ocorrido, ela ficou com hematomas na cabeça, nos braços e nas pernas. O casal passou por exame de corpo de delito, que será usado nas investigações.
Conforme Douglas Silva, esposo de Priscila, na quinta-feira (21), dois dias das agressões, ela precisou ser levada para o Hospital Municipal de Pau Brasil, apresentando tontura, fortes dores de cabeça e vômito.
A indígena ficou internada e foi encaminhada, na manhã desta sexta (22), para fazer ressonância magnética na cabeça, em uma unidade de saúde de Itabuna.
Notas
Em nota, a Polícia Militar informou que o caso está sendo apurado pela Corregedoria da corporação e disse que o casal foi abordado após arremessar garrafas de vidro no circuito da festa. Ao se aproximarem, os policiais teriam sido surpreendidos com garrafas jogadas na direção da patrulha, o que gerou o início do conflito.
Um policial teria tido um ferimento na mão e, junto com os dois indígenas, todos foram levados a uma unidade de saúde para atendimento médico e, em seguida, à delegacia.
A situação motivou uma nota de repúdio da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social da Bahia (SJDHDS). Na quinta-feira (21), o órgão informou que acompanha o caso e que, com base nas imagens, "fica evidente o uso de força desproporcional por parte de alguns policiais militares". A pasta se colocou à disposição da indígena a sua equipe da Coordenação de Políticas para os Povos Indígenas, da Superintendência de Direitos Humanos./bahiaextremosul
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