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segunda-feira, 18 de abril de 2022

Domingo de páscoa: fiéis de Jucuruçu lotam igreja católica

 


No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo de Jesus, bem de madrugada, quando ainda estava escuro, e viu que a pedra tinha sido retirada do túmulo. Então, ela saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o outro discípulo, aquele que Jesus amava, e lhes disse: “Tiraram o Senhor do túmulo, e não sabemos onde o colocaram”. Saíram, então, Pedro e outro discípulo e foram ao túmulo. Os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais depressa que Pedro, e chegou primeiro ao túmulo. 

Olhando para dentro, viu as faixas de linho no chão, mas não entrou. Chegou também Simão Pedro, que vinha correndo atrás, e entrou no túmulo. Viu as faixas de linho deitadas no chão e o pano que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não posto com as faixas, mas enrolado num lugar à parte. Então entrou também o outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo. Ele viu, e acreditou. De fato, eles ainda não tinham compreendido a Escritura, segundo a qual ele devia ressuscitar dos mortos. 

No domingo anterior lemos sobre a traição de Judas Iscariotes e a instituição da eucaristia, dois fatos considerados inacreditáveis, o primeiro por quase todo mundo, e o segundo entendido e aceito pela fé de bilhões de criaturas. 

Estes bilhões também acreditam na ressurreição de Jesus Cristo porque, como disse São Paulo, sem ela sua fé seria vã (1 Cor 15,17). De fato, Deus não precisava ter vindo ao mundo, mas creem que ele tenha se encarnado em Jesus de Nazaré. Ele também poderia ter-se feito homem, porque sabia ser este o melhor modo de transmitir seu ensinamento ao mundo, e poderia ter cumprido sua missão sem sofrer na cruz e nas mãos dos soldados de Pilatos, mas os mesmos bilhões sabem que ele passou por isso como a culminância do seu intento, dando o exemplo de que não se deve abrir mão dos seus ideais, centrados no amor ao próximo, em benefício de quem, se preciso, deve-se aceitar qualquer sacrifício. 

Também sabem que Jesus poderia ter desmascarado os seus algozes descendo da cruz, mas que seus planos eram outros. Ele quis realmente morrer crucificado, tanto para que o mundo visse até que ponto pode-se chegar para honrar e cultuar a Deus, quanto para mostrar a sua verdadeira vitória sobre o mundo e sobre a própria morte, exatamente três dias depois, como já dissera aos seus discípulos que ocorreria. 

E, neste segundo ato supremo, Jesus agiu do mesmo modo como agiu na cruz, quando não aceitou o desafio dos seus desafetos para salvar-se a si próprio e assim mostrar a eles que verdadeiramente era Filho de Deus. Sim, ele não exibiu publicamente o seu poder, pois ressuscitou sem testemunhas, deixou um túmulo vazio do seu corpo e apenas com os panos que o haviam encoberto, e no dia e no local da ressurreição apareceu somente às mulheres solitárias que o amavam. Elas o amavam tanto que foram cedinho, de madrugada, assim que terminou o recolhimento do “shabat” judeu. 

Depois Jesus apresentou-se aos apóstolos, aos dois discípulos que caminhavam para Emaús, e, segundo o testemunho de São Paulo, a mais de quinhentos irmãos, isto é, somente a quem cria nele, e não em ato aberto ao público. 

Por que Jesus não quis completar sua vinda ao mundo com a prova mais cabal da sua divindade? Essa prova, simples para ele, teria sido caminhar pelas ruas de Jerusalém após ter sido morto na cruz, ter ido até o Templo e pregar o que sempre pregou, assim calando a boca dos seus detratores. Se tivesse agido assim, ninguém mais poderia desafiá-lo e colocar em dúvida o que ele cansou de afirmar. Então, por que ele preferiu a prova oculta no meio da sua gente? 

Porque seus planos eram outros, era não receber desafios de homem algum, mas ser ele o autor do desafio, o desafio maior de que acreditassem na sua ressurreição por ser ele o autor da vida! 

Sim, o próprio Deus, com sua existência e seu poder, já é um desafio à fé, como foi a sua vinda ao mundo na família de Maria e José. 

Assim também com sua morte e ressurreição, aquela um fato corriqueiro que atinge a todos, mas no caso de Jesus necessário para que a ressurreição viesse a existir, a qual ele quis e tornou realidade para que fosse guardada zelosamente por seus seguidores, isto é, por aqueles que têm fé não apenas em que ele ressuscitou, mas também em Deus, em sua encarnação e em tudo o que aconteceu com seu Filho Jesus de Nazaré./Por Dr. Ricardo Mariz de Oliveira

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