Referência para a população dos municípios da Costa do Descobrimento, o Hospital Luís Eduardo Magalhães, em Porto Seguro, tem enfrentado problemas recorrentes de gestão, que vêm se agravando desde 2023. A unidade de saúde integra a rede pública estadual e desde 2015 está sob gestão terceirizada do Instituto de Gestão e Humanização (IGH).
Em uma nota pública divulgada na terça-feira (19), o corpo clínico do HLEM denuncia a falta de estrutura no trabalho, a gestão truculenta da empresa terceirizada e pede que o governo do Estado e o IGH respeitem os médicos e a população do município.
PROBLEMAS – Entre os problemas enfrentados, a categoria cita os atrasos salariais, que ocorrem desde janeiro deste ano. Também há falta de insumos básicos, que impede a realização de cirurgias e, consequentemente, gera acúmulo de pacientes nos corredores do hospital.
Além disso, os médicos do HLEM ressaltam que o contrato com a terceirizada IGH está se encerrando e existe a possibilidade de outra empresa assumir a gestão do hospital, o que gera maior incerteza aos funcionários da unidade de saúde.
Na nota, a categoria critica a omissão da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), “que deveria garantir a segurança e tranquilidade nas relações de trabalho”.
GESTÃO TRUCULENTA – Além do clima de instabilidade, os médicos ressaltam que enfrentam uma gestão truculenta do IGH, “que não dialoga com o corpo clínico” e promove retaliação aos profissionais que reivindicam melhorias, a exemplo do que ocorreu em 2023 com o diretor do corpo clínico do hospital, o médico Vinicius Ferreira, que foi afastado das atividades.
“A cidade, polo turístico da Bahia, concentra uma demanda enorme de atendimentos e precisa de médicos trabalhando num ambiente saudável, estimulados a exercer a profissão com toda competência e experiência que possuem. Mas o que vemos no hospital são médicos infelizes e amedrontados, diante da inaptidão da gestão terceirizada pelo IGH e pela omissão da Sesab”, conclui a nota.
SINDIMED EXIGE PROVIDÊNCIAS – Em um vídeo publicado nas redes sociais, a médica Rita Virgínia Marques Ribeiro, presidente do Sindimed, denunciou a grave situação no hospital e exigiu providências do governo do Estado, “que, apesar de haver terceirizado a gestão, permanece o responsável pela unidade de saúde”.
Ela citou o caso do diretor do corpo clínico do HLEM, “afastado das atividades por denunciar os atrasos salariais e buscar, junto ao sindicato, melhorias estruturais para o hospital”. Segundo ela, conforme denúncias, a situação vem se agravando devido à falta de insumos e de recursos, além de novas demissões e afastamentos de médicos.
“O Sindimed exige que situação seja reparada e que Estado assuma responsabilidade que tem perante essa unidade de saúde, para que a população não fique desassistida”, afirmou ela.
GOVERNADOR EM PORTO SEGURO – O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, estará em Porto Seguro no sábado (23) para inaugurar obras em Arraial d’Ajuda. No entanto, a situação enfrentada no HLEM não está na pauta da agenda oficial do governador./RADAR
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