Você sabia que o excesso de analgésicos usados para tratar a dor de cabeça pode, na verdade, causar ainda mais dor de cabeça?
Isso se chama cefaleia por uso excessivo de medicação — um efeito rebote que transforma o alívio em armadilha. 😵💫
📉 Mas por que isso acontece?
A fisiopatologia envolve alterações no controle da dor no cérebro: o uso contínuo de analgésicos reduz a sensibilidade dos receptores naturais de analgesia e desregula os sistemas serotoninérgico e dopaminérgico, importantes no controle da dor. Além disso, há um estado de inflamação crônica dos neurônios envolvidos na dor, tornando o cérebro mais sensível, e não menos. Resultado? O que era para aliviar, mantém ou piora a dor.
🧠 Estudos mostram que medicamentos como paracetamol, dipirona, AINEs, cafeína, opioides ou triptanos, quando usados por mais de 10 a 15 dias no mês, por 3 meses ou mais, podem cronificar a dor e alterar a percepção do próprio corpo sobre o que é dor.
⚠️ Segundo o Consenso Brasileiro de Cefaleia (SBCe, 2020), esse tipo de cefaleia é uma das principais causas de dor crônica e afeta especialmente quem já sofre de enxaqueca ou cefaleia tensional.
🛑 Se você tem dores frequentes e usa remédio de forma recorrente, procure um médico. Menos remédio pode ser o começo de mais saúde.
📚 Referências:
SILVA-NÉTO, R. P. et al. Cefaleia por uso excessivo de medicação: revisão e atualização. Revista Neurociências, v. 30, n. 4, p. 1–9, 2022.
Sociedade Brasileira de Cefaleia. Consenso Brasileiro de Cefaleia – 2020. São Paulo: SBCe, 2020.
GUILHERME, A. B. et al. Perfil clínico de pacientes com cefaleia crônica diária em centro especializado. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, v. 79, n. 5, 2021.
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