O ministro da Casa Civil e ex-governador da Bahia, Jaques Wagner, na manhã desta terça-feira (8), não gostou nada do vice-presidente Michel Temer (PMDB) ter enviado uma carta à presidente Dilma Roussef (PT). O petista classificou “desnecessária”.
“Eu acho um absurdo esse vazamento da carta. Ele poderia ligar para Dilma e fazer uma conversa privada por telefone. Alguém imprimiu uma carta, alguém entregou e começa ter uma porção de intermediário. Quem vazou? Foi o povo de Michel? O povo do Planalto? A carta é ruim por isso”, afirmou o ministro em entrevista a rádio Metrópole.
A carta, segundo Wagner, soou como um protesto. “Um lamento dele da forma como ele considera como ele foi tratado. Não sei do primeiro governo, pois não estava aqui. Agora no segundo, por exemplo, presenciei conversas amenas”, disse.
Ainda sobre o vazamento, o ministro negou que tenha saído do Planalto. “Não acredito divulgação do Palácio. Ela guardou essa carta. Dilma prepara uma eventual resposta. No meu conselho, ela chama ele para cá, não precisa de carta”, contou.
RECESSO
O ex-governador da Bahia também defendeu que não haja o recesso parlamentar do Congresso, mesma linha defendida pela presidente Dilma Rousseff (PT). “Esse é o impeachment da raiva. Se não fizerem o que eu quero, vou colocar o impeachment, era isso o que o Eduardo Cunha dizia”, disse.
“Como sai de férias? A própria lei do impechment, de 1954, fala que aberto um processo de investigação contra o presidente da Republica, não poderia parar o trabalho. Ninguém vai ficar parado na cadeira até março. Não colocou o impeachment? Então agora é calça de veludo e coloca o bumbum na rua”, discorreu.
IMPEACHMENT
Sobre o processo, o ministro da Casa Civil acha arriscado colocar um processo de impeachment em vigor quando não há fundamentação.“Uma coisa é impopularidade – enquanto ela não resolver a economia, ela não volta a melhorar a popularidade. Impeachment não é impopularidade, é crime. Essa senhora não aceita desvio de conduta de ninguém. Quem vota é o povo através da eleição’, disse.
“Então vai virar moda: toda vez que o prefeito de Capital, do estado vão querer derrubar esses políticos”, completou.
EDUARDO CUNHA e PMDB
A atitude do presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB), foi chamada por Wagner como uma atitude de “moleque”. “Devia ser o magistrado que se declarada opositor [Eduardo Cunha]. Faz um conflito constante. Tem denúncias contra ele também, então há instabilidade na República.
Tem um vice também que é do PMDB, o Michel Temer, que é um democrata, um constitucionalista, mas preside um partido claramente dividido entre os que querem apoiar Dilma e são de oposição. Michel é esse ponto de convergência”, analisou.
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