A Segunda Turma do Supremo
Tribunal Federal (STF) começou a julgar nesta terça-feira (24) a ação penal
envolvendo o ex-ministro Geddel Vieira Lima, e seu irmão, o ex-deputado Lúcio
Vieira Lima, em que são acusados de lavagem de dinheiro e associação criminosa.
Na sessão desta tarde, que durou cerca de cinco horas, foram ouvidos os
advogados dos réus e os argumentos da Procuradoria-Geral da República (PGR). Os
votos do relator, Edson Fachin, e dos demais ministros do colegiado serão
proferidos na próxima terça-feira (1º).
O caso está relacionado aos
R$ 51 milhões em espécie encontrados no apartamento de um amigo de Geddel em
Salvador, em 2017.
Além de Geddel e Lúcio
Vieira, estão sendo julgados Job Brandão, ex-assessor parlamentar de Lúcio, e o
empresário Luiz Fernando Machado, administrador da construtora Cosbat, que
teria sido usada pela família Vieira Lima para lavar dinheiro.
Denúncia
A denúncia foi apresentada ao
STF pela ex-procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Na acusação, Dodge
sustentou que o dinheiro apreendido seria proveniente de esquemas de corrupção
na Caixa Econômica Federal investigados em outras ações penais. Geddel foi
vice-presidente do banco. Outra parte teria sido acumulada por Lúcio Vieira
Lima por meio do crime de peculato, em que o parlamentar se apropriou de parte
do salário do ex-assessor parlamentar Job Brandão.
Além do dinheiro encontrado,
outros R$ 12 milhões teriam sido lavados por Geddel e Lúcio por meio de
investimentos em imóveis de alto padrão emDefesas Salvador, em empreendimentos
da empresa Cosbat, administrada por Luiz Fernando Machado.
Durante o julgamento, o
advogado Gamil Föppel, representante da família, disse que Geddel está preso há
dois anos e o Ministério Público Federal nunca se conformou com a liberdade do
ex-ministro. O advogado também criticou a perícia feita pela Polícia Federal
(PF), que não teria seguido os trâmites legais ao encontrar fragmentos de
digitais de Geddel em um saco de plástico que continha dinheiro.
"Tenho absoluta certeza
que se respeitadas as regras processuais não há outra alternativa senão
absolver todos os réus de todas as imputações que foram são
feitas",afirmou.
A defesa de Job Brandão disse
que ele não tinha consciência da ilicitude do dinheiro movimentado pela família
de Geddel. Segundo o advogado, Brandão era somente um cumpridor de ordens ao
receber recursos em dinheiro ou guardá-los.
A defesa do empresário Luiz
Fernando Machado da Costa Filho afirmou que ele não tinha ciência da
procedência ilícita dos recursos que foram aplicados pela família na empresa.
Segundo o advogado César Faria, quando recebeu dinheiro em espécie, Costa Filho
registrou os valores na contabilidade da empresa e depositou no banco, não
tendo intenção de ocultá-los./bnews
Nenhum comentário:
Postar um comentário