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quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Câmara de Itamaraju abre CPI para investigar governo de Marcelo Angênica


A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), para investigar supostas irregularidades na administração do prefeito Marcelo Angênica (PSDB), em Itamaraju, era pra ser instalada na semana passada, mas uma confusão no plenário envolvendo correligionários do gestor e servidores contratados, acabou por forçar a suspensão da sessão da Câmara Municipal de Vereadores.

Mas não teve jeito e na reunião desta terça-feira, dia 19 de novembro, os vereadores Evando Rodrigues, Zé do Bolo, Egnaldo Fernandes, Izabel Cristina, Som de Nova Alegria e Marcão da CUT, autores da proposta, levaram o documento ao plenário e conseguiram instalar o processo de investigação. Ao final da reunião ordinária os vereadores proponentes chegaram a falar sobre afastamento cautelar do gestor.

Como o Partido dos Trabalhadores possui maior bancada na Câmara de Itamaraju (3), a expectativa é que a sigla fique com a presidência da CPI e os demais cargos, secretário e relator, sejam definidos por votação. O único petista que não assinou o pedido foi Isac Super Gil, que por contrariar orientação do seu partido, poderá sofrer sansões, incluindo expulsão e solicitação do seu mandato por parte do diretório municipal da sigla.

A denúncia

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), conforme a denúncia protocolada pelos seis vereadores, vai investigar se o gestor municipal teria utilizado documentos falsos para receber diárias e passagens, com o objetivo de visitar uma indústria que produz pequenas usinas utilizadas em pavimentação asfáltica.

De acordo com o documento, Angênica e seu secretário de Obras, Antônio Charbel, teriam apresentado atestados de comparecimento falsos alegando que estariam na cidade de Salvador no mesmo dia em que estavam no estado de São Paulo.

Ainda segundo a denúncia o gestor municipal teria viajado para a capital paulista e lá negociado previamente o valor de compra da máquina, o que contrariaria a Lei de Licitações. A empresa visitada por Marcelo Angênica, ainda segundo a denúncia, foi a única participante da licitação e também a vencedora do certame.

Os vereadores questionam ainda o fato de que, para burlar a fiscalização do Tribunal de Contas dos Municípios e da própria Câmara, o gestor não teria enviado os documentos da licitação ao TCM.

O vereador Egnaldo Fernandes, ex-aliado da administração municipal, disse no início dessa semana a uma emissora de rádio local, que a máquina adquirida pelo município, além da irregularidade de compra, comprovou ser apenas útil para tapar buracos, mas passa longe de ser uma usina de asfalto. “Isso é fato, tanto que a gestão contratou recentemente uma empresa especializada para asfaltar uma rua da nossa cidade”, taxou./TH

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