Na tarde desta quinta-feira
(6), peritos do Instituto de Medicina Legal (IML) e do Instituto de
Criminalística (IC) confirmaram que o professor Odailton Charles de Albuquerque
Silva, 50 anos, foi assassinado com raticida.
A partir de agora, essa é a
principal linha de investigação da 2ª Delegacia de Polícia (DP). Um exame
feito, preliminarmente, no Hospital Regional da Asa Norte (Hran) já tinha
constatado a presença de um organofosforado, substância presente em inseticidas,
agrotóxicos e em veneno de rato, o chumbinho
Relembre o caso
Após ser supostamente
envenenado ao beber um suco de uva oferecido por uma colega de trabalho, o
professor Odailton entrou em contato com
alguns amigos para informar que não estava se sentindo bem.
O professor do Centro de
Ensino Fundamental (CEF) 410 Norte foi ao colégio com o objetivo de assinar
alguns papeis e acabou encontrando com a colega que ofereceu o suco, com quem
ele tinha algumas desavenças.
Ele disse que a colega a
chamou para uma sala, para assinar os documentos, e o ofereceu uma garrafinha
de suco de uva. Nos áudios ele afirma ter tomado o líquido apenas para não
fazer “desfeita”. Logo em seguida, começou a passar mal.
“Não é brincadeira, não.
Tomei um negócio e estou passando mal mesmo. Será que essa desgraçada me
envenenou? Ela esperou sair todo mundo para almoçar. Estou até com medo de
ligar para a minha mulher e deixar ela apavorada, coitada. Estou passando mal
mesmo. Ela colocou algum purgante aqui, algum purgante”, disse.
Nos áudios ele diz que não
quer preocupar a mulher e que está mandando mensagens para a amiga porque ela
demora a atender as ligações. “Aí, eu fico agoniado. Cheguei aqui e a mulher
com a cara feia. Os quadros que eu tinha deixado estavam empilhados para eu
carregar. Folhas de ponto para assinar. Quase que ela não deixa eu entrar na
escola, mas depois ela viu que eu estava de boa e tal”, relata.
“A mulher com ódio nos olhos.
Me chamou na salinha ali para assinar a folha de ponto e, quando fui ver, ela
ainda me deu uma garrafinha de suco de uva. Tomei até um susto, mas pensei:
‘Não vou tratar mal não, né? Não vou ser deselegante’. Fiquei receoso. Fui e
tomei”, contou.
“Não sei, mas agora tem uns
15 minutos. Está me dando uma dor de barriga desgraçada. Será que colocou
laxante para me sacanear? Dor de barriga, estou grilado. A mulher me olha com
cara feia e, depois que o pessoal sai de perto, me coloca na salinha com suco
de uva. Estou com medo. Vou até ligar para a minha mulher. Vou esperar, não deve
ser nada. Deve ser do meu remédio. Não é possível que ela tenha coragem, ai meu
pai do céu”, finalizou o professor./bahiaextremosul
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