O ministro da Saúde, Luiz
Henrique Mandetta, anunciou nesta segunda-feira (3) que o governo federal irá
elevar o grau de risco ao nível 3, de "emergência em saúde pública"
em território nacional, devido ao avanço do coronavírus.
Segundo o ministro, mesmo sem
um caso confirmado da doença no Brasil, o cenário será antecipado para dar mais
agilidade administrativa ao governo para contratações de equipamentos de
segurança, como máscaras e luvas para agentes de saúde, assim como para a
operação de retirada de brasileiros que estão na região de Wuhan, na China,
epicentro da doença.
O ministro afirmou que deseja
preparar nesta segunda-feira uma medida provisória sobre regras para quarentena
de brasileiros que deixarem Wuhan.
O período de isolamento
destes brasileiros será de 18 dias, disse o ministro, mas ainda não há
confirmação sobre o local em que eles serão acolhidos.
Mais cedo o ministro da Casa
Civil, Onyx Lorenzoni, disse à Rádio Gaúcha que as cidades de Anápolis (GO),
Florianópolis (SC) ou uma localidade no Nordeste podem ser escolhidas para
receber a quarentena.
"Primeira decisão é
pegar [para elaborar a medida provisória] fragmentos de legislação sobre
quarentena. Tem tratado internacional, alguns decretos. Vamos consolidar todos
e deixar preparado para ter uma legislação clara", disse Mandetta.
O ministro participou de
reunião na Casa Civil de um grupo interministerial ativado para debater o
controle do coronavírus no Brasil.
"Para poder pacificar o
assunto, o formato que achamos apropriado é MP, porque tem validade no momento
da publicação", disse Mandetta, que afirmou ter garantido o apoio dos
presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM),
para aprovar o texto.
Segundo o ministro da Saúde,
o governo estima em 40 o número de brasileiros em Wuhan que têm interesse em
retornar ao Brasil. No total, seriam cerca de 55 brasileiros vivendo na região,
disse Mandetta.
"Primeiro vamos definir
quantas pessoas são. Depois vamos fazer tratativas com o governo chinês",
afirmou o ministro.
O governo irá enviar agentes
de saúde à China para examinar brasileiros que devem deixar a região de Wuhan.
No Brasil, durante a quarentena, eles devem ficar em quartos individuais.
Segundo o ministro, apenas os
brasileiros que estão em Wuhan serão submetidos à quarentena, pois não há forte
transmissão da doença em outras cidades chinesas.
Mandetta disse que não há
orçamento estimado para operações de combate ao avanço do coronavírus no
Brasil, mas que o Ministério da Saúde, por enquanto, não deve pedir reforço de
caixa à equipe econômica.
O ministro informou também
que o Brasil vai fazer capacitação de países da América Central e do Sul para o
combate ao coronavírus. /r7
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