Assim que a triste noticia da
morte do grande comunicador Ramiro Guedes, de 73 anos, foi divulgada nesta sexta-feira, 25 de junho,
vários amigos e admiradores enviaram mensagens à nossa redação enaltecendo o
grande defensor da cultura brasileira e da comunicação que faleceu nas
primeiras horas da manhã no HMTF.
O imortal que ocupava a
cadeira 07 da Academia de Teixeirense de Letras sucumbiu a doença depois de
quase um mês internado e causou muita tristeza aos familiares e amigos.
Defensor ferrenho da nossa
cultura nordestina, Ramiro Guedes chegou a Teixeira de Freitas vindo de Teófilo
Otoni-MG para trabalhar na Rádio Caraípe onde assumiu a direção, jornal de meio
dia e o Almoço a Brasileira, programa que enaltecia a música nordestina de
raiz.
Ramiro também foi diretor de cultura de nossa cidade. Cruzeirense apaixonado, Ramiro era radialista, jornalista, escritor e um político defensor das causas sociais. Ao longo desses mais de trinta anos em que morou na nossa região conseguiu arrebanhar centenas, milhares de amigos e admiradores que hoje se despender do “Velho Urso” como muitas vezes era carinhosamente chamado por seus amigos que como Érico Cavalcante, mesmo se recuperando das sequelas do Covid, fez questão de enviar uma mensagem falando sobre a amizade que os uniam.
O SEBRAE também enviou nota lamentando a morte de Ramiro e se solidarizando com seus familiares.
Vejamos as mensagens
A VOZ DE VELUDO SE CALOU – Érico Cavalcante.
Eu conheci Ramiro Guedes em
um programa de rádio chamado Almoço à brasileira. Naquele tempo o programa era
levado ao ar aos sábados, geralmente feito direto de um restaurante que a
produção havia fechado o patrocínio para aquele sábado. Um amigo me levou e o
formato do programa era entrevista com música brasileira. Como na época eu
escrevia no Jornal Alerta, Ramiro ao me ver sentado veio até a mesa e resolveu
me entrevistar. Falei sobre política local e também sobre as críticas que vinha
fazendo ao prefeito da época. Bom, desde esse dia nasceu uma amizade que, mais
tarde, virou coisa de irmãos, confidentes um do outro. Fui fazer a campanha do
padre Aparecido, Ramiro do candidato do PT, arrumei então um adversário, o mais
leal adversário, ele me ligava e dizia que ia bater no padre, eu dizia que não
adiantava eu bater no candidato dele que ninguém conhecia, ia bater nele.
Fizemos assim, ele batendo no padre e eu batendo nele. Um dia eu coloquei uma
coluna intitulada A Voz de Veludo. A história era de um locutor que havia
trabalhado com vários políticos locais, tinha uma voz parecida com a dele, mas
ele não conseguia mais achar um rumo, pois as ideias eram diferentes e um belo
dia desnorteado resolveu parar, largou tudo e voltou pra música brasileira.
Ramiro me ligou depois de ler a coluna, achei que ele ia me desancar pelo
telefone: “olha adorei sua coluna, principalmente do apelido”. Gostou tanto do
apelido é da história que um dia alguém o chamou de Voz De Veludo e ele disse:
“alto lá, o único que tem o direito de me chamar assim é o Érico Cavalcanti “.
Depois um companheiro nosso inventou a Academia Teixeirense de Letras, Ramiro,
que nessa época era Diretor de Cultura do Município, resolveu que eu deveria
participar da Academia, eu dizia a ele que ainda não tinha nenhum livro editado
e ele insistindo , peguei minhas poesias que não tinha mostrado ainda a ninguém
e levei pra ele : “ Ramiro vê se você gosta” , deixei com ele e dias e dias
depois ele me liga , marca um café comigo no Eduardo da padaria, que a essa
altura tá falando com Ramiro lá na outra dimensão , sentamos e ele pega as
minhas poesias e diz: “ aqui está seu livro “ ele tinha separado e arrumado
como se fossem páginas , “ só falta você arrumar o título do livro “ . Eu
fiquei surpreso, pois ele conhecia poesia como ninguém, resolvi fazer o livro.
Disse a ele: “vou fazer, mas você vai fazer o prefácio e escrever abaixo de
cada poesia o que você acha”. Assim foi feito, o que Ramiro escreveu virou um
livro dentro do meu. Hoje ao receber a notícia de sua morte, deitado no meu
leito de hospital, pego meu livro e leio chorando o que o velho urso branco
escreveu. Quanta generosidade nos textos guedianos, como ele tratava os meus
chamando-os de cavalcantianos.Mal rompeu a manhã e a tristeza irrompeu em mim,
Ramiro nos deixou! A voz de veludo calou!
Marcilio – ex vereador
É com muito pesar que hoje
comunicamos o falecimento do ícone do rádio teixeirense. Ramiro Guedes, da
cultura, do jornalismo, do almoço a brasileira, dos livros escritos e acima de
tudo do ser humano que foi. Fico contente por tê-lo homenageado ainda em vida,
pelo brilhante trabalho desenvolvido para o jornalismo de Teixeira de Freitas.
Descanse em paz meu cunhado/amigo, pois o seu legado estará vivo na memória das
pessoas que tiveram a honra da sua convivência. Deus é contigo.
Edmundo Costa- Advogado
Uma grande lacuna se abre e
fará história na cultura de conhecimentos literários no magistério e na
imprensa radiofônica de Teixeira de Freitas-BA, com nossa perda, com saudades e
reconhecimentos da contribuição cultural que Ramiro Guedes nos trouxe e deixou
em todos os anos de sua comunicação social em Teixeira de Freitas e Extremo Sul
da Bahia. Chegamos a sermos colegas por prestação de serviços no fim do anos
80, eu como contabilista em uma das emissoras regionais do Grupo Pinto, em que
Ramiro era o Diretor. Depois, em Teixeira de Freitas, tive a melhor
oportunidade de ampliar meus conhecimentos e também o conhecer mais, quando foi
nosso professor de Literatura, no Cursilho de Pré Vestibular, aplicando os
métodos Sartre, que contribuíram para os diversos vestibulares universitários
que fiz, e optei pela aprovação na Faculdade FENORD de Teófilo Otoni-MG, cidade
em passei a morar com minha família, e realizei meu curso de Direito. Retornado
para Teixeira de Freitas, passamos a ter convivência e vários momentos de
parcerias em atividades do meu voluntariado social como católica, na
coordenação da Pastoral Carcerária Diocesana Teixeira de Freitas/Caravelas,
onde Ramiro Guedes sempre nos apoiou, também em seus programas de rádio, sendo
por ele entrevistado e divulgadas nossas ações no cárcere e em nossas
Comunidades municipais desta região. Ficam a minhas eterna gratidão, lembranças
e saudades deste grande cidadão a quem eu o chamava de "Biblioteca Viva".
À sua família, em especial ao Pablo, seu filho e sonoplasta seu em vários
desses programas em que tive a honra e grande satisfação de participar, os meus
profundos sentimentos de pesar, mas a certeza na fé de que Os Bons Pertencem a
Deus. Adeus, amigo e professor Ramiro Guedes. ? Edmundo Costa. Advogado.
A prefeitura de teixeira de
Freitas também emitiu nota de pesar pelo falecimento de ramiro Guedes
A NOTA DE PESAR- Prefeitura lamenta profundamente morte do radialista Ramiro Guedes
A Prefeitura Municipal de
Teixeira de Freitas manifesta seu mais profundo pesar pelo falecimento do
radialista Ramiro Guedes, um dos pioneiros da comunicação em Teixeira de
Freitas, nesta sexta-feira, 25 de junho.
O radialista já foi Diretor de Cultura do município e atuou em inúmeros projetos de cultura, comunicação, rádio e jornalismo do município. E um dos programas de maiores sucessos na região era o Almoço à Brasileira.
Ramiro era amante da cultura, das artes, da música e principalmente da diversidade do ser humano. Era sempre gentil, cuidadoso, generoso e bem humorado. Sua voz marcante e seu sorriso largo serão sempre lembrados com muito carinho.
Neste momento de dor, a Prefeitura Municipal se solidariza com os familiares, amigos e com todos que tiveram a honra de conhecer e conviver com esse ser humano exemplar. Agradece ainda pelos anos de serviço público prestado e pela contribuição com a construção cultural de Teixeira de Freitas./bahiaextremosul
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