A gestão da Petrobrás se rendeu à realidade dos fatos e admitiu a explosão de casos de contaminação por Covid-19 nas unidades da empresa nos últimos dias, causados pelo avanço da variante Ômicron. Foram registrados 725 casos confirmados de contaminados pelo vírus, na posição de 13/1 (hoje, portanto), e um total de 1.041 suspeitos. Estão contabilizados 59 óbitos desde o início da pandemia. O Estado do Rio de Janeiro, onde está a grande parte das operações offshore da empresa, apresentou o maior índice de casos confirmados, 468, do total de 670 suspeitos; seguido por São Paulo, com 161 suspeitos e 119 confirmados.
Para efeito de comparação, em 15 de dezembro 2021, eram 18 contaminados confirmados, num total de 109 suspeitos. O Rio de Janeiro também liderava os resultados, com 72 suspeitos e 7 casos confirmados.
Os números foram apresentados pelo grupo de Estrutura Organizacional de Resposta da Petrobras (EOR) da Petrobrás, reunião, na manhã desta quinta-feira, 13, com lideranças da Federação Única dos Petroleiros (FUP). Com duração de mais de duas horas, o encontro foi solicitado pela FUP para discutir o novo avanço da contaminação por coronavírus nas dependências da companhia. Somente na base do Sindipetro do Norte Fluminense, foram confirmados 1.884 casos de Covid-19, desde o início da pandemia, até hoje, 109 a mais do que em 15 de dezembro de 2021.
Segundo o diretor de Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS) da FUP, Antonio Raimundo Teles, os números confirmam novo surto de contaminação na empresa, situação de risco seguidamente alertada pela FUP e sindicatos. “Em meio a isso, é surpreendente que a gestão da empresa esteja preocupada, sobretudo, em defender os interesses da companhia”, disse ele, referindo-se à proposta apresentada pela Petrobrás durante à reunião de aumentar de 8 para 12 horas a escala de trabalho na empresa, em regime temporário e emergencial, como já fora adotado no auge da pandemia, em março de 2020. Para Teles, o aumento de escala não é o caminho adequado; ao contrário, só penalizará o trabalhador física e mentalmente, sobretudo nas unidades offshore: “A empresa vem reduzindo seu efetivo e, agora, diante das baixas por Covid, quer sobrecarregar o trabalhador”, diz ele.
Em meio a isso, é surpreendente que a gestão da empresa esteja preocupada, sobretudo, em defender os interesses da companhia”, disse ele, referindo-se à intenção demonstrada pela Petrobrás de aumentar, em total de dias, a escala de trabalho em unidades offshore, contrariando, inclusive acordo coletivo da categoria. Para Teles, o aumento de escala não é o caminho adequado; ao contrário, só penalizará o trabalhador física e mentalmente, sobretudo nas unidades offshore: “A empresa vem reduzindo seu efetivo e, agora, diante das baixas por Covid, quer sobrecarregar o trabalhador”, diz ele.
Durante a reunião, a empresa apresentou proposta de aumentar de 8 para 12 horas a escala de trabalho em unidades onshore, em regime temporário e emergencial, como já fora adotado no auge da pandemia, em março de 2020.
Cobrada pela FUP sobre providencias adotadas diante do novo surto, a Petrobrás informou a adoção do trabalho em regime híbrido, voltando à situação e regras que predominavam em dezembro último, em cada unidade da empresa. Ou seja, no edifício sede, no Rio, um máximo de 40% dos empregados da área administrativa trabalhará até dois dias presenciais por semana.
Em relação ao protocolo de testagem nas unidades da empresa, um dos itens da pauta da reunião, os representantes da estatal disseram estar em fase de implementação das medidas recomendadas por resolução (RDC 584, de 8/12/21) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), entre elas a testagem de todos os trabalhadores a bordo, quando haja um caso confirmado de contaminação. O dirigente da FUP lembra que os petroleiros defendem a testagem também na metade do período a bordo, entre outras medidas de segurança sanitária que permitam identificar previamente janelas de contágio.
No final do ano passado, dia 29 de dezembro, haviam sido registrados 42 suspeitos de Covid-19 nas plataformas PNA-1, PGP-1 (Garoupa) e P-40, na bacia de Campos./bahiaextremosul
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