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quinta-feira, 26 de junho de 2025

"Jucuruçu Gasta Mais de R$ 1 Milhão em Festa Enquanto População Sofre com Falta de Saúde, Moradia e Infraestrutura"


O Paradoxo da Gestão em Jucuruçu: Mais de Um Milhão em Festa, Enquanto o Povo Padece.

É, no mínimo, inexplicável o que acontece em Jucuruçu quando o assunto é gestão pública. Vamos direto ao ponto: como pode um prefeito gastar mais de um milhão de reais em uma festa junina, conforme ele mesmo declarou publicamente em seu discurso, enquanto o município vive uma verdadeira calamidade administrativa e social?

Jucuruçu, em pleno século XXI, ainda não possui um cemitério adequado para atender sua população. Os sepultamentos são feitos de forma improvisada, revelando a falta de planejamento urbano e o desrespeito com a dignidade humana. O hospital municipal, por sua vez, funciona em condições precárias, com carência de equipamentos, medicamentos e estrutura adequada - O primeiro ponto de atenção gira em torno da estrutura física do hospital - problemas como infiltrações, paredes com mofo, pintura deteriorada e manutenção deficiente de áreas básicas como banheiros e enfermarias. O estado geral do prédio tem sido motivo de reclamações por parte de pacientes, acompanhantes e funcionários. 

No quesito atendimento, a situação também preocupa. Moradores apontam demora nas consultas. Há quem afirme que o número reduzido de profissionais tem impactado diretamente a qualidade dos serviços prestados. Além disso, acompanhantes relatam dificuldades em receber informações claras sobre o estado de saúde de seus familiares internados. 

Outro ponto delicado envolve os materiais hospitalares. Segundo informações que circulam na cidade, o hospital estaria enfrentando sérias dificuldades com a falta de roupas de cama, cobertores e produtos de limpeza. Há denúncias de lençóis rasgados, colchões em más condições e escassez de itens básicos de higiene pessoal para os pacientes.

As estradas vicinais estavam abandonadas, esburacadas e intransitáveis, tornando o transporte de estudantes, doentes e produtores rurais uma verdadeira via-crúcis. As pontes, muitas delas de madeira, oferecem risco iminente de acidentes, especialmente no período chuvoso.

O abatedouro municipal é um caso à parte: um cenário deplorável, insalubre, tomado por urubus. A vigilância sanitária parece ignorar o problema, e a população segue consumindo carne sem nenhuma garantia de higiene, pondo em risco a saúde pública.

Diariamente, campanhas solidárias são lançadas por familiares e amigos de pacientes que precisam de cirurgias, exames e tratamentos médicos – algo que deveria ser garantido pelo sistema público de saúde. Enquanto isso, o poder público local se mantém inerte, deixando a população à mercê da própria sorte.

É importante destacar que até hoje nenhuma das casas prometidas às famílias atingidas pela última enchente foi entregue. As pessoas seguem vivendo de favor, em abrigos ou condições improvisadas, aguardando a boa vontade de uma gestão que parece mais preocupada com eventos do que com soluções estruturantes.

Na área do esporte, Jucuruçu não tem sequer um campo de futebol em condições de uso. Os jovens, sem opções de lazer ou incentivo esportivo, acabam vulneráveis a diversos riscos sociais. A ausência de políticas públicas eficazes nesse setor é um retrato do abandono da juventude.

Apesar de todos esses problemas graves e urgentes, a gestão municipal destinou mais de um milhão de reais para realizar uma festa. Ressalta-se que ninguém é contra a preservação da tradição junina — muito pelo contrário. A cultura popular é fundamental e merece ser celebrada. No entanto, é preciso priorizar o que realmente importa.

Em um município onde a educação clama por investimentos, onde as escolas enfrentam falta de estrutura, é inaceitável que tamanha verba seja utilizada de forma tão desequilibrada.

A assistência social também está falida. Famílias carentes enfrentam fome, falta de moradia, desemprego e abandono institucional. Não se vê um programa eficaz que auxilie quem mais precisa. As ações assistenciais, quando existem, são esporádicas, pontuais e insuficientes.

A população de Jucuruçu está cansada de promessas e discursos vazios. É preciso responsabilidade com os recursos públicos, respeito com o povo e, sobretudo, prioridades claras. Festa é importante, sim, mas não pode se sobrepor à vida, à saúde, à dignidade humana.

Enquanto se comemora no palco, o povo sofre nos bastidores da realidade. Jucuruçu precisa de gestão, não de ilusão. Precisa de obras, não de fogos. Precisa de ação, não de maquiagem administrativa.

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Rua principal de Jucuruçu - Bahia, 3 de março de 2024.

Jucuruçu - Bahia. Pedaço bom do Brasil.