A lenda viva da sanfona em Jucuruçu
Nesta sexta-feira, o Jucuru Net teve a honra
de registrar um momento especial ao lado de uma verdadeira lenda viva de
Jucuruçu: Ovidigaldo Rodrigues, carinhosamente conhecido como "Ouvides".
Aos 70 anos de idade, ele é um dos últimos representantes da tradicional arte
de tocar sanfona no município — e um ícone da cultura local.
Natural de Itamaraju – BA,
nascido em 26 de abril de 1955, Ovídio é filho de Álvaro
Rodrigues e Tionilia Ferraz de Oliveira, ambos já
falecidos. Sua história com a sanfona começou cedo, aos nove anos de idade, em
uma visita ao povoado de Gado Bravo, quando viu o instrumento pela primeira vez.
“Fiquei encantado. Pedi ao meu pai uma sanfona, mas ele achou graça e disse que
eu nunca tinha nem visto uma antes”, relembrou.
A paixão foi tanta que Ovídio trocou uma vaca
pela sua primeira sanfona. Teve como mentor o sanfoneiro Geraldo,
que o ajudou a dar os primeiros passos no mundo da música. Desde então, não
largou mais o instrumento. Ele conta com orgulho que o gosto se espalhou entre
seus 3 irmãos, e a sanfona passou a fazer parte do cotidiano
da família.
Ainda jovem, Ovídio começou a se apresentar
em festas populares e eventos culturais nos distritos de Dois de Abril,
Coqueiro e Cruzeiro do Sul, ganhando o
carinho do público por onde passava. Durante anos, integrou um grupo musical
que marcou época em Jucuruçu, ao lado de nomes como Solon, Nilson, Zé
Vítor e Sidrone e Gelson — alguns dos quais já faleceram, o que torna
seu legado ainda mais valioso.
Além de sanfoneiro, ele também é comerciante.
Em seu bar, localizado na sede de Jucuruçu, o público encontra não só bebidas e
variedades, mas também a oportunidade de ouvir ao vivo o som inconfundível da
sua sanfona. Com entusiasmo, ele diz: “É uma alegria poder tocar ainda hoje.
Quem quiser me chamar, estou pronto.”
Durante a entrevista, Ovídio emocionou ao
lembrar os antigos carnavais e festas tradicionais, como o Boi
Janeiro, quando acompanhava os cortejos pelas ruas da cidade. “Hoje em
dia são poucos os que tocam. Isso aqui é uma arte que não pode morrer”, disse
ele, reforçando a importância de preservar as raízes culturais da região.
É uma alegria poder tocar ainda hoje. Quem
quiser me chamar, estou pronto”, afirmou com entusiasmo durante a entrevista.
Ovídio emocionou a todos ao lembrar dos
antigos carnavais e das festas tradicionais, como o Boi
Janeiro, em que acompanhava os cortejos pelas ruas do município. Ele
reforça o desejo de ver essa cultura perpetuada entre as próximas gerações.
“Hoje em dia são poucos os que tocam. Isso
aqui é uma arte que não pode morrer”, destacou.
A arte da sanfona, nas mãos de Ovídio, é mais que música. É um testemunho de resistência cultural, amor às raízes e dedicação ao povo. O seu talento transforma cada melodia em emoção, cada acorde em história viva.
Em nome do povo de Jucuruçu, o Jucuru Net
expressa profunda gratidão ao mestre Ovídio por compartilhar sua trajetória com
tanto amor e simplicidade. Que sua sanfona segue ecoando como símbolo de
resistência cultural e inspiração para as novas gerações. Como símbolo de
identidade, tradição e orgulho da nossa terra.
Da Redação Jucurunet
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