Moradores do povoado de São João da Boa Nova,
conhecido como Palha, no interior do município de Jucuruçu, denunciam
o abandono e a precariedade na área da saúde pública, principalmente no que diz
respeito à ausência de transporte para pacientes. Segundo os relatos, a
comunidade está há cerca de seis meses sem um carro de saúde disponível para
atender às demandas médicas básicas e emergenciais.
“A situação aqui está dramática. Quando
alguém passa mal, temos que pagar do próprio bolso um carro para levar até
Jucuruçu ou até mesmo Teixeira de Freitas”, relata um morador, visivelmente
indignado. Em muitos casos, os custos se tornam inviáveis para famílias humildes
que já enfrentam tantas outras dificuldades no dia a dia.
A situação se agrava ainda mais para aqueles
que necessitam de acompanhamento médico contínuo. Um dos moradores, por
exemplo, enfrenta um verdadeiro drama familiar: sua filha nasceu com uma sequela
no pé, uma condição conhecida como pé torto congênito, que exige acompanhamento
semanal em Teixeira de Freitas e possivelmente uma cirurgia nos próximos meses.
“Estamos aqui na luta, sem carro de saúde,
sem nada. Sexta-feira mesmo ela tem um exame marcado. Se for o caso, a
menininha vai ter que fazer cirurgia, e a gente está em pânico. Sem condição de
pagar frete sempre, a solução vai ser pedir ajuda ou tentar um empréstimo. Isso
não é vida!”, desabafa
Além disso, outros moradores reforçam que o
sofrimento é coletivo. Diante da ausência de uma ambulância ou veículo de
apoio, as pessoas recorrem a caronas, pagam fretes particulares ou, em muitos
casos, desistem de buscar atendimento, colocando suas vidas em risco.
“São João da Boa Nova está esquecida. A
população sofre demais, e ninguém nos escuta. Só somos lembrados em época de
eleição”, reclama outro morador, ressaltando o sentimento de abandono vivido
pela comunidade.
Ouça desabafo de um morador:
A indignação da população se volta ao gestor
municipal, prefeito Lili, que segundo os relatos, ainda não apresentou nenhuma
solução ou justificativa para a falta do transporte. O povoado clama por
dignidade, por um atendimento humanizado e pela garantia do mínimo necessário:
o acesso à saúde.
Enquanto isso, a saúde pública permanece sendo uma promessa distante, e a rotina de sofrimento nas comunidades rurais seguem sem perspectivas de melhora. Os moradores de São João da Boa Nova pedem, mais do que tudo, que suas vozes sejam ouvidas.
Da Redação Jucurunet
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