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quinta-feira, 6 de março de 2014

Unidos da Tijuca é a grande campeã do carnaval de 2014

Desfile da escola de samba Unidos da Tijuca na Marquês de Sapucaí no Rio de Janeiro. Foto: Fábio Seixo / Agência O Globo
Desfile da escola de samba Unidos da Tijuca na Marquês de Sapucaí no Rio de Janeiro

RIO — No ano em que a morte do tricampeão mundial de Fórmula 1 Ayrton Senna completa 20 anos, a Unidos da Tijuca, que homenageou o piloto com o enredo “Acelera, Tijuca!”, correu por fora e ganhou o título: a escola de Paulo Barros é tetracampeã do carnaval carioca.

Numa disputa acirrada com o Salgueiro, que acabou em segundo lugar, a amarela e azul da Tijuca assumiu a liderança e venceu por um décimo, com 299.4 pontos. Também subiram ao pódio, que no mundo do samba tem seis colocações, Portela, União da Ilha, Imperatriz e Grande Rio, respectivamente em 3º, 4º, 5º e 6º lugares. A Império da Tijuca, que ascendera à elite do carnaval do Rio no ano passado, voltou para a Série A, enquanto a Unidos do Viradouro conseguiu retornar ao Grupo Especial.

Este é o terceiro campeonato de Paulo Barros como carnavalesco da Unidos da Tijuca — ele comandou os desfiles de 2010 e 2012, e o primeiro título foi conquistado em 1936. Paulo Barros imprimiu uma marca na escola em sua estreia, há dez anos, com as alegorias vivas. E, a medir pela avaliação do presidente da escola, Fernando Horta, sobre a vitória, a Unidos da Tijuca se firma como a Imperatriz Leopoldinense dos anos 1990, nos tempos de Rosa Magalhães.

— Foi difícil, mas não foi uma surpresa. Ayrton Senna, o maior ídolo do país, não perderia esse campeonato. O pódio é nosso.Vi o desfile. A Tijuca não cometeu erro algum, e quem menos erra leva — resumiu Horta, que acompanhou a leitura das notas no Sambódromo e atribuiu o êxito da escola à boa administração. — Temos uma administração que trata bem os profissionais.

Os parabéns não são só pra mim, são para a comunidade que desfila e para todos os segmentos. Além disso, temos hoje a melhor bateria do carnaval. Problema de dinheiro a escola não tem. Eu pago, e pago bem. Paulo Barros também tinha uma explicação para as razões da vitória:

— Trabalho cada quesito o mais minuciosamente possível, justamente para não perder pontos. Tem quesitos que não dependem muito de mim, mas tento ajudar. Um exemplo foi o da bateria: este ano escolhi uma roupa bem leve, para não atrapalhar o trabalho dos ritmistas — afirmou.
O mestre de bateria, Casagrande, que conquistou quatro notas 10, fez coro com Horta e Paulo Barros.

— Sabíamos da nossa capacidade. É a vitória de muito trabalho e do meu entrosamento com os outros ritmistas. Eu disse a eles que o importante era não errar, e nós não erramos — afirmou Casagrande, que foi ovacionado na quadra da escola, na Zona Portuária, para onde seguiram os integrantes e a torcida após o resultado da apuração.

Alegria da comissão de frente

Ao contrário do que aconteceu na comemoração dos outros títulos da escola, desta vez a distribuição de cerveja foi gratuita. A diretoria da Unidos da Tijuca comprou e ofereceu duas mil caixas da bebida, segundo Horta. Era tanta gente no local por conta da festa que a pista lateral da Avenida Francisco Bicalho, na altura da quadra, no sentido Ponte Rio-Niterói, teve de ser parcialmente fechada.

O troféu de campeã do carnaval foi levado para lá, e os torcedores choravam de alegria e gritavam, em coro, “É campeã”. Lá, os integrantes da comissão de frente faziam uma festa à parte: dentro de um dos camarotes, os bailarinos chegaram a pegar a coreógrafa Priscila Motta, jogando-a para o alto. Tanta felicidade era para comemorar as notas máximas que a apresentação do grupo, que representava a corrida maluca, recebeu.

— É o resultado de três intensos meses de trabalho e dedicação da equipe. São cinco anos de ótimas notas. Esse é um grupo que abre mão de suas vidas para se dedicar à escola — afirmou Rodrigo Negri, coreógrafo da escola.

O carnavalesco Paulo Barros não acompanhou a apuração no Sambódromo, indo direto para a festa na quadra. A família de Ayrton Senna não apareceu porque mora em São Paulo.
Mas a confiança no campeonato era tanta que a diretoria e vários componentes da escola lotaram o espaço reservado para a Unidos da Tijuca na Praça da Apoteose, para a leitura das notas, já cedo. A rainha de bateria, Juliana Alves, foi uma delas.

E parecia rezar, com as mãos unidas e a cabeça baixa, esperando o décimo do desempate durante boa parte do tempo. A escola começou a liderar a partir do quesito conjunto, o oitavo a ser conhecido.

— (Quase) na última volta, a consagração — disse Juliana, citando a letra do samba deste ano. — Não estava rezando. Afinal, as notas já estavam lançadas, não havia como mudar o resultado. Estava com as mãos juntas, apertadas, para conter minha expectativa.

Este foi o segundo ano em que a atriz desfilou à frente dos ritmistas:

— Este ano a gente estava muito mais entrosado. Não sou uma rainha de bateria. Sou uma irmã dos ritmistas. Estou ali para, com meu corpo, exaltar a potência do samba.

O puxador Tinga também estava lá, acompanhado do filho, Rafael, um dos autores do samba — um dos poucos quesitos em que a agremiação não “gabaritou” com quatro 10: as notas foram 9.7, 9.8, 9,8 e 9.10.

— A sensação é de dever cumprido. Foi um trabalho forte, procuro ajudar a agremiação. E Rafael vai entrar na história da escola — disse o pai, orgulhoso, acrescentando que continua na Unidos da Tijuca. — O Horta já disse: você não vai sair.

O presidente da escola, no entanto, não quis adiantar muita coisa sobre o próximo carnaval. Principalmente sobre o enredo:

— Só divulgo enredo dos meus concorrentes.

Império da Tijuca volta para a Série A

Com apenas uma nota dez no quesito evolução, o Império da Tijuca não conseguiu garantir a vaga no Grupo Especial em 2015. A agremiação, que voltara à elite após 17 anos, levou para a Marquês de Sapucaí o enredo “Batuk” e abriu a noite de domingo.

A expectativa era boa entre os integrantes da escola que foram até a Praça da Apoteose para acompanhar a apuração. O presidente Antonio Carlos Teles, o Tê, confiava principalmente em dois quesitos para garantir a permanência no grupo.

— Fizemos um grande desfile, tínhamos samba e enredos muito bons — comentou.
A diferença do Império da Tijuca para a São Clemente, que ficou uma posição acima, foi de 2,7 pontos, e o somatório no quesito fantasia foi 0,5 abaixo da Vila Isabel, 10ª colocada, que teve evidentes problemas nesse segmento.

Antes do carnaval, o carnavalesco Júnior Pernambucano já adiantara que havia renovado com a agremiação e que o enredo será afro, uma característica da verde e branca.G1

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