Só na Casa da Dinda, a residência do ex-presidente e senador Fernando Collor de Mello, em Brasília, três carros de luxo foram apreendidos: um Porsche, avaliado em R$ 400 mil, uma Ferrari, que custa R$ 1 milhão, e um Lamborghini, de R$ 2,5 milhões.
Os agentes também estiveram no apartamento funcional do senador, em Brasília, e na sede da organização Arnon de Melo, em Maceió. Collor é o principal acionista da empresa, que é dona da TV Gazeta, afiliada da Globo, e que também foi alvo de buscas.
Collor se defendeu no plenário: “se eu jamais sequer fui ouvido, se eu sequer prestei depoimento, se a operação ainda está na fase de investigação, ou seja, nem denúncia formal ainda houve, pergunto: isso é ou não é um pré-julgamento, uma pré-condenação?”.
Ele também reclamou da busca no apartamento do Senado. Para o presidente da casa, Renan Calheiros, a ação deveria ter sido feita pela Polícia Legistlativa. Em nota, a Procuradoria Geral da República disse que a operação foi legal.
Ainda em Brasília, a Polícia Federal esteve na casa do senador e presidente do PP, Ciro Nogueira, do Piauí; e na residência do deputado federal Eduardo da Fonte, do PP de Pernambuco.
No Recife, foram cumpridos mandados na casa do senador pelo PSB de Pernambuco, Fernando Bezerra Coelho, e na refinaria Abreu e Lima.
Em Salvador, o alvo da operação foi o gabinete do ex-ministro das Cidades, Mario Negromonte, hoje conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia. Também teve busca e apreensão na casa do ex-deputado João Pizzolati, do PP, e na casa da ex-mulher dele, em Santa Catarina. Foram apreendidos documentos, computadores e arquivos digitalizados.
No Rio de Janeiro, a PF realizou buscas em um prédio da Petrobras e nas casas de dois ex-diretores da BR Distribuidora, José Zonis e Luiz Cláudio Caseira Sanches. Toda operação foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal, a pedido do procurador geral da república, Rodrigo Janot. Ele argumentou que as apreensões são para evitar que provas sejam destruídas e que os bens possivelmente foram adquiridos com dinheiro do esquema de corrupção na Petrobras.
Outro alvo da operação foi o escritório do advogado Tiago Cedraz, filho do presidente do Tribunal de Contas da União, Aroldo Cedraz. Ele teria pedido R$ 1 milhão a Ricardo Pessoa, dono da UTC, para que o TCU liberasse a licitação da usina Angra 3 no Rio de Janeiro. Em delação premiada, Ricardo Pessoa disse que, depois do pagamento, a licitação da usina finalmente chegou "a seu termo", "tudo fluiu". Disse, também, que quem recebeu esse dinheiro foi Luciano Araújo, que se apresentou como tesoureiro do Partido Solidariedade.
DEFESA
A defesa de Ciro Nogueira disse que ele já tinha colocado à disposição da justiça os sigilos bancário e fiscal. A defesa do ex-ministro Mário Negromonte disse que ele quer entregar, espontaneamente, os documentos considerados indispensáveis pelas autoridades.
O deputado Eduardo Fonte, o senador Fernando Bezerra Coelho e o ex-deputado João Pizzolatti disseram que estão à disposição da justiça. A Petrobras informou que afastou preventivamente José Zônis e Luis Cláudio Sanches. Nós não conseguimos contato com os dois.
O escritório Cedraz Advogados afirmou que o delator Ricardo Pessoa mentiu e que nunca patrocinou nenhum caso da UTC no Tribunal de Contas da União. O ministro Aroldo Cedraz se declarou impedido de atuar nos processos do filho Tiago Cedraz - como manda a legislação.
Luciano Araújo afirmou que esteve na UTC para tratar de doações oficiais ao Partido Solidariedade e que elas foram declaradas à Justiça Eleitoral.G1
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