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segunda-feira, 16 de maio de 2016

Entrevista com Michel Temer no 'Fantástico' é marcada por panelaço


Michel Temer dá entrevista para o 'Fantástico', da Rede Globo
Michel Temer dá entrevista para o 'Fantástico', da Rede Globo


A primeira entrevista exclusiva do presidente interino Michel Temer, veiculada no Fantástico da Rede Globo, neste domingo (15), foi recebida com panelaços e apitaços. Antes mesmo da entrevista ir ao ar na íntegra, houve registros de protestos quando a chamada da entrevista era veiculada.

"Fora, Temer!" e "Golpista!" eram as palavras de ordem mais gritadas das janelas dos prédios. Os protestos durante a entrevista foram registrados em vários bairros do Rio, como Laranjeiras, Copacabana, Botafogo, Santa Teresa, Flamengo. Catete e Ipanema. Também foram registrados protestos em São Paulo, Salvador, Belo Horizonte, Porto Alegre, Brasília e Niterói.

O programa também entrevistou o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Durante a veiculação, houve panelaço, porém com menos intensidade. Durante a reportagem sobre a repercussão em um vilarejo Líbano - onde familiares de Temer moram - do fato de ele ser presidente interino, panelaços e apitaços também foram ouvidos.

Entrevista

O presidente interino Michel Temer afirmou, durante a entrevista, que, caso seja confirmado o afastamento da presidente Dilma Rousseff, convocará sua mulher Marcela para “exercer toda a área social” em seu governo. "Se acontecer alguma coisa e eu vier a ocupar a presidência, ela virá para exercer toda a área social. Vai trabalhar intensamente. Ela é advogada e tem muita preocupação com as questões sociais", disse.

Confrontado com as críticas pelo fato de não haver mulheres em nenhum dos ministérios anunciados, Temer citou a chefia de gabinete da Presidência da República, cargo exercido atualmente por Nara de Deus Vieira. "Contesto a afirmação de que não há nenhuma mulher. Um dos cargos mais importantes da República é a chefia de gabinete da Presidência, ocupada por uma mulher. Alias, no dia da reunião ministerial, ela participou. É um dos principais cargos, não digo que esteja acima dos ministros, mas evidentemente tem uma prevalência muito grande em relação ao ministério."

Apesar de refutar as críticas, Temer afirmou que pretende chamar mulheres para cargos de secretaria. "Para a Cultura, quero trazer uma representante do mundo feminino. Para a Ciência e Tecnologia e Comunicações, quero trazer uma representante do mundo feminino, e também na chamada Igualdade Racial, Mulheres e etc., que passou a ser Cidadania, eu quero trazer uma mulher. Portanto, terei no mínimo quatro mulheres integrantes do ministério", disse, minimizando o fato de essas funções não terem status de ministro. "Há pessoas que se seduzem com a historia de ser ministro ou não. Eu já exerci funções sem ser secretário de Estado e desenvolvi trabalhos extraordinários."

Ao ser questionado pelo fato de o ministro Romero Jucá ser investigado na Operação Lava-Jato, Temer lembrou que ele ainda não é réu e que, caso isso venha a acontecer, vai “examinar” o que fazer. "O Juca é uma figura, permita-me o elogio, ele é de uma competência administrativa extraordinária."

Temer afirmou ainda, com relação à Previdência,  que qualquer mudança que “vulnere direito adquirido” não será feita. Contudo, admitiu mudança de regras: "As chamadas regras de transição muitas vezes não ferem o direito adquirido porque apanham aqueles que ainda estão para se aposentar. Essa matéria não está definida. O que não é possível é não fazer nada ou, daqui a alguns anos, quem sofrerá as consequências serão exatamente os aposentados."

Sobre os programas sociais, Temer garantiu sua permanência. "Quando eu disse 'olhe, eu vou manter o Bolsa Família e outros programas sociais' é na concepção mais absoluta de que há de haver uma certa proteção para aqueles que não têm por conta própria a possibilidade de sobrevivência. Se for necessário cortarei de outros setores, não cortarei daqueles mais carentes no país."

O presidente interino também comentou sobre a possibilidade de reeleição, caso permaneça na função após os 180 dias de afastamento da presidenta Dilma Rousseff. "Não é a minha intenção. Assim eu posso ser até, digamos assim, impopular, mas, desde que produza benefícios para o país, para mim é suficiente." Sobre ser candidato: "É uma pergunta complicada.. Em nenhuma hipótese... De repente, pode acontecer."/Jornal do Brasil

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