Os moradores de Jucuruçu se
despediram para sempre do pequeno grande Romildo Mangueira Pereira, mais
conhecido como “Rony Manga” ou Roninho, para os mais íntimos. Seu corpo foi
sepultado no cemitério Jardim da Saudade na manhã deste sábado, 1º de julho, para
tristeza dos familiares, amigos e admiradores.
Rony Manga faleceu na manhã
da última sexta (30), aos 40 anos, no hospital de Jucuruçu, por complicações
respiratórias que evoluíram para uma parada cardíaca. Ele, que chegou a ser
desenganado pelos médicos assim que nasceu, vivia repetindo que devia sua vida
a seus pais – seu Arlindo Francisco Mangueira e dona Durvalina Ferreira de
Jesus –, sobretudo à dona Durvalina, que se dedicou de maneira intensa ao filho
excepcional. Em agradecimento, ele dedicou à mãe a canção “Ela me faz bem”.
Que fique claro que a
excepcionalidade de Rony Manga não se limitou à deficiência física, mas se
manifestou nas diversas habilidades artísticas que ele desenvolveu ao longo da
vida.
“Em primeiro lugar, ele era a
alegria em pessoa. Em segundo lugar, ele tinha um talento enorme para a locução
e, especialmente, para a música”, disse José Carlos de Oliveira, responsável
pelo blog Jucurunet e parceiro de Roninho desde sempre.
Rony Manga (esse é o nome
artístico pelo qual ele ficou conhecido) era o primogênito de uma prole de
cinco irmãos. Ainda na infância, ele demonstrou o talento musical, seja como
intérprete, compositor e violonista, estimulado pela religiosidade manifestada
desde cedo na Igreja Adventista do 7º Dia, onde o garoto cantou e orou rodeado
pelos irmãos de sangue e de fé.
À medida que o tempo passava,
Rony exercitava seu dom artístico e se tornava mais conhecido em Jucuruçu e
demais cidades do extremo sul da Bahia. E não era para menos, afinal ele virou
locutor na Transvale FM, compôs inúmeras canções, cantou em programas de rádio
da região e chegou a gravar dois CDs.
Paralelamente, Roninho também
se dedicou aos estudos, como toda e qualquer criança, vencendo etapa por etapa.
O esforço e a dedicação o levaram à faculdade, licenciando-se em Pedagogia pela
Universidade do Estado da Bahia (Uneb), num programa de ensino a distância, em
Teixeira de Freitas, cidade em que vivia há mais de dez anos.
“Roninho era pequeno de
estatura, mas grande de coração. Lembro-me bem da abertura do nosso trabalho
com suas orações juntamente com Lândia de Itanhém, então secretária de Educação
de Jucuruçu. Na atualidade, eu vinha acompanhando suas músicas, sua alegria. É
o tempo que passa e a saudade de fica eternamente”, afirmou a professora
Gildenice Oliveira.
Em tom de despedida, ela
classificou Roninho como “grande amigo, fiel e companheiro” que parte deixando
muitas saudades.
“Não sei mais o que dizer.
Muito sentimento envolvido”, concluiu./ aguapretanews
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