De acordo com informações de
um levantamento oficial do governo federal obtido pelo jornal O Globo, uma
eventual falência da Oi pode deixar 2.051 municípios brasileiros sem
telecomunicações, isto é, sem internet ou telefone. Nessas cidades, a Oi não
tem concorrentes atuando ou as adversárias alugam a infraestrutura da empresa
para fornecer serviço a seus clientes.
De acordo com o levantamento,
esse possível apagão nas telecomunicações pode afetar 46 milhões de linhas de
telefone celular, 14 milhões de fixos e também 5 milhões de acessos à internet
via cabo em todo o país. Segundo o jornal, o documento reflete a preocupação do
governo com a possível falência da Oi e seus impactos no setor de
telecomunicações. Isso porque todas operadoras brasileiras dependem da Oi em
algum grau, seja alugando pequenas ou grandes partes da sua infraestrutura para
atender todos ou parte de seus clientes em determinadas localidades do Brasil.
Como a Oi chegou a esse ponto
Desde de junho do ano
passado, a Oi está passando por recuperação judicial, processo que prevê a
interferência da justiça brasileira em uma empresa a pedido dela mesma para
elaboração de um plano de recuperação. Com isso, as dívidas são renegociadas, e
a companhia tem a oportunidade de pagá-las sem sofrer juros excessivos ou ter
que vender todos os seus ativos. Em outras palavras, ela não entra em falência,
mas continua funcionando para pagar o que deve sem de fato dar lucro aos
investidores.
O problema é que os
representantes da Oi não conseguem se entender com os representantes da justiça
para a elaboração de um plano de recuperação. Por isso, a Advocacia Geral da
União vai interferir no processo junto com a Anatel (maior credora da Oi) para
encontrar uma solução para o problema. Espera-se que um novo plano de
recuperação seja confeccionado ainda em novembro, mas não há uma previsão para
uma possível aprovação.
A Oi deve R$ 64 bilhões e se
tornou a empresa brasileira com a maior dívida da história do país. Uma
operadora chinesa teria entrado na equação nos últimos meses se oferecendo a
comprar o segmento de telefonia móvel da Oi para começar suas operações no
Brasil. Contudo, não se sabe se o negócio foi para frente ou está travado.
Origem do rombo
Os problemas bilionários da
Oi começaram quando a empresa comprou a operadora Brasil Telecom em 2010 e,
posteriormente, descobriu que a companhia tinha uma dívida gigantesca. Em 2014,
a Oi tentou fazer uma fusão com a Portugal Telecom, mas depois de ter
finalizado o negócio, descobriu novamente que a parceira tinha outra dívida
enorme, mas agora em euros.
Com o passar do tempo, a
dívida acumulada aumentou, e a companhia pediu recuperação judicial em 2016. Em
outras palavras, as aquisições da Oi nos últimos anos foram muito mal pensadas
pela sua presidência, o que foi ainda mais agravado por envolvimento político
na companhia./tecmundo
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