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segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

Dono de sítio, vereador do PSL nega conhecer miliciano


Ex-capitão da PM Adriano Magalhães da Nóbrega, apontado como líder do grupo miliciano Escritório do Crime, foi morto neste domingo, 9
Ex-capitão da PM Adriano Magalhães da Nóbrega, apontado como líder do grupo miliciano Escritório do Crime, foi morto neste domingo, 9


SALVADOR - O ex-policial militar Adriano da Nóbrega, morto pela PM baiana na manhã deste domingo, na zona rural de Esplanada, na Bahia, estava escondido no sítio de um vereador. Filiado ao PSL, Gilsinho da Dedé disse ter ficado surpreso com o ocorrido e negou qualquer ligação com Adriano. "Nunca nem vi esse homem. Tudo o que sei estou sabendo através da mídia", enfatizou. Ele afirmou não saber como o miliciano foi parar na propriedade e sugeriu que ela foi invadida.

"Hoje de manhã, recebi ligação do meu vizinho, dizendo que estava havendo uma troca de tiros no sítio. Logo depois, entrei em contato com o delegado da cidade e solicitei esclarecimentos. Ele me disse que não tinha conhecimento porque era uma operação da polícia especializada, via SSP (Secretaria de Segurança Pública da Bahia)", relatou ao Estado.

Gilsinho afirmou também que sua propriedade, distante da sede cerca de 7 km, "vive vazia", não tem caseiro e é cercada por arames. Em viagem, o vereador voltará nesta segunda, 10, para Esplanada, para saber mais detalhes do que ocorreu. Ele cobrou da SSP esclarecimentos sobre a operação que culminou na morte de Adriano.

Um vizinho do vereador, cuja propriedade fica a uma distância de 100 metros da de Gilsinho, contou que não percebeu movimentação atípica no local na última semana, um indicativo de que o miliciano pode ter chegado ao sítio durante a madrugada. De acordo com ele, a troca de tiros que matou Adriano foi rápida, de cerca de cinco minutos.

O homem, que não quis se identificar, relatou que PMs envolvidos na operação chegaram a ir até a sua casa. Os agentes disseram que se tratava de uma ocorrência relacionada a roubo de banco e quiseram conferir se o criminoso havia feito reféns.

"Dois PMs armados vieram aqui no meu quintal. Perguntaram se havia alguém aqui em casa, se tinha refém. Nós dissemos que não. Eles aconselharam que a gente fosse pra dentro de casa e fechasse a porta", afirmou o vizinho, que disse ter se trancado com a esposa no imóvel para se proteger do tiroteio. Ele disse também não ter visto o momento em que o corpo de Adriano foi removido do sítio.

Operação

No esconderijo, a polícia baiana apreendeu uma pistola, um revólver e duas espingardas. Além do armamento, foram encontrados 13 celulares. Segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), guarnições do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), da Companhia Independente de Policiamento Especializado (Cipe) Litoral Norte, do Grupamento Aéreo (Graer) e da Superintendência de Inteligência (SI) da pasta encerraram as varreduras no início da tarde deste domingo.

Os materiais foram encontrados em diferentes cômodos da casa. O caso foi registrado no Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco) da Bahia. Ainda de acordo com a secretaria, toda formalização da ocorrência foi repassada para equipe do Rio de Janeiro que deu apoio com informações e investigava Adriano.

Troca de tiros e morte

Segundo a SSP, no momento do cumprimento do mandado de prisão, Adriano reagiu com disparos de arma de fogo e acabou ferido. A versão oficial é de que ele foi levado ao Hospital São Francisco São Vicente, em Esplanada, mas não resistiu aos ferimentos. No entanto, uma funcionária da unidade disse que Adriano chegou ao local sem vida. O corpo dele foi levado para o Instituto Médico Legal de Alagoinhas./terra

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