Policial fez disparos em Salvador - Foi atingido pelo menos 3 vezes - Morreu após ser levado ao hospital- Bolsonaristas reagem à morte do PM.
Policiais do Bope (Batalhão de Operações Especiais) da Bahia mataram a tiros um policial militar que fez disparos com um fuzil e gritou palavras de ordem no Farol da Barra, um dos principais cartões turísticos do Estado, nesse domingo (28.mar.2021). De acordo com a SSP-BA (Secretaria de Segurança Pública da Bahia), o PM Wesley Soares foi atingido por ao menos 3 disparos.
O policial permaneceu no Farol da Barra por cerca de 4 horas ao longo da tarde de domingo. Estava fardado, armado com um fuzil e com o rosto pintado nas cores da bandeira do Brasil. Reclamava de “desonra” imposta pelo governo de Rui Costa (PT) aos policiais do Estado.
Após 4 horas de negociações com a polícia, ele foi atingido e levado ao Hospital Geral do Estado, mas não resistiu.
De acordo com a SSP-BA, Wesley estava em “crise psicológica“. A secretaria afirma que o Bope atirou nele apenas em resposta a disparos do próprio PM na direção dos policiais. Às 18h35, Wesley teria dito que tinha chegado o momento e começou a atirar. Mesmo depois de ter sido baleado, de acordo com a SSP-BA, ele continuou a atirar, motivo pelo qual teria sido baleado já no chão.
“Os nossos objetivos primordiais são preservar vidas e aplicar a lei. Buscamos, utilizando técnicas internacionais de negociação, impedir um confronto, mas o militar atacou as nossas equipes. Além de colocar em risco os militares, estávamos em uma área residencial, expondo também os moradores“, disse o comandante do Bope, major Clédson Conceição.
Wesley era da 72º Companhia Independente da Polícia Militar. Ele atuava em Itacaré, município do Sul da Bahia. O protesto armado do policial no Farol da Barra foi filmado por diversas pessoas, incluindo moradores da região. O momento da troca de tiros com o Bope também foi registrado em vídeos.
Veja abaixo um compilado das
imagens gravadas durante a ação do PM Wesley (3min30s):
A morte do policial motivou diversas críticas de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro ao governador da Bahia, Rui Costa (PT). Deputados que apoiam pautas ligadas aos agentes de segurança pública utilizaram as redes sociais para se manifestar.
A deputada Bia Kicis
(PSL-DF), presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), da Câmara dos
Deputados, foi uma das que criticaram o governo baiano. Kicis publicou em seu
perfil no Twitter um texto contra a PM da Bahia. “Soldado da PM da Bahia
abatido por seus companheiros. Morreu porque se recusou a prender
trabalhadores. Disse não às ordens ilegais do governador Rui Costa da Bahia.
Esse soldado é um herói. Agora a PM da Bahia parou. Chega de cumprir ordem
ilegal!“, escreveu ela.
A deputada compartilhou
também um vídeo em que o PM é retratado como um herói.
Na manhã desta 2ª feira (29.mar), Kicis excluiu todas as publicações relacionadas ao caso. Logo depois, também pelo seu perfil no Twitter, ela afirmou que achou melhor esperar pelas investigações para se manifestar. “Hoje cedo removi o post para aguardarmos as investigações. Inclusive diante do reconhecimento da fundamental hierarquia militar“, disse.
Antes disso, ela foi
repreendida por outros congressistas. O vice-presidente da Câmara, Marcelo
Ramos (PL-AM), disse que Kicis estaria incentivando um motim, o que considerou
ser “algo muito grave”. O senador Angelo Coronel (PSD-BA), disse que a manifestação
da deputada é um “absurdo”.
A deputada Carla Zambelli
(PSL-SP) também utilizou o seu perfil no Twitter para falar sobre o caso. Em
uma publicação com o mesmo vídeo publicado por Kicis, a deputada afirmou que “é
muito difícil aguentar tanta pressão”.
Já o deputado José Medeiros
(Podemos-MT), vice-líder do Governo Bolsonaro na Câmara, atacou diretamente o
governador Rui Costa em publicações em seu perfil no Twitter. “Esse é
governador da Bahia, do PT. Quem imaginaria que um soldado da PM baiana iria dar
o brado preso na garganta dos trabalhadores brasileiros e pagaria com a vida
esse ato de coragem“, escreveu ele.
O governador Rui Costa ainda não havia se manifestado publicamente sobre o caso até as 11h desta 2ª feira (29.mar)./poder360
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