O PT oficializou nesta sexta-feira, 11, em reunião de sua executiva estadual, por unanimidade, a pré-candidatura de Jerônimo Rodrigues ao governo da Bahia. O encontro teve caráter meramente protocolar, já que o martelo foi batido ainda na noite de quinta, 10. Além disso, diversos correligionários já tratavam o secretário estadual da Educação como candidato antes mesmo da reunião.
"Em 2006, Jaques Wagner surpreendeu a Bahia e o Brasil por derrotar o carlismo. Rui Costa é nossa grande surpresa da política baiana e brasileira. Sem dúvida Jerônimo Rodrigues será a nossa mais nova revelação de renovação política na Bahia", disse, ainda na quinta, o vice-presidente estadual do PT, Gutierres Barbosa.
Nesta sexta, o ex-presidente do PT em Salvador, Ademário Costa, afirmou que a escolha por Jerônimo era resultado de um consenso. "Além disso, Jerônimo é um militante histórico cuja trajetória nos movimentos sociais aponta para uma campanha com a marca indígena, negra e popular", declarou o dirigente.
"O time de Lula já tem nome certo para dar continuidade ao grande trabalho feito no Governo da Bahia por Wagner e Rui. O professor Jerônimo é quem vai pra cima nesse grande desafio e nós vamos junto com ele. Vista essa camisa, vem com o nosso time", escreveu o deputado federal Joseildo Ramos (PT), em publicação no Instagram.
Coordenador do Programa Participativo da campanha de reeleição de Rui, Jerônimo ocupou a Secretaria de Desenvolvimento Rural antes de assumir a Educação do Estado. Também foi assessor especial do Ministério do Desenvolvimento Agrário.
Mestre em Desenvolvimento Rural pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), atuou como professor assistente do Departamento de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs).
Chapa
O anúncio oficial do PT ocorre após um período turbulento nas conversas e negociações para a montagem da chapa majoritária, ainda não finalizada. A expectativa é de que o anúncio ocorra na próxima semana, com a presença do ex-presidente Lula (PT).
A dificuldade na formação da chapa começou com a desistência do senador Jaques Wagner (PT) em concorrer ao governo. Uma chapa com o senador Otto Alencar (PSD) na cabeça passou a ser cogitada, obtendo apoio, inclusive, de correntes do próprio PT. Nesse cenário, o governador Rui Costa (PT) disputaria o Senado. Isso levaria também o vice-governador João Leão (PP) ao comando do Executivo baiano em abril, já que Rui precisaria se desincompatibilizar para participar do pleito.
Mesmo com a insatisfação de grande parte da militância do PT, esta chapa já era dada como certa por muitos dirigentes petistas e até mesmo apoiada por correntes do partido. No começo da semana, porém, em uma reviravolta, Wagner e o PT anunciaram que a legenda teria candidatura própria ao governo e que Rui ficaria na cadeira até o fim do mandato, o que desagradou a Leão.
"Após as declarações do senador Jaques Wagner, em entrevista no início da semana, descumprindo alinhamentos construídos fruto de amplo diálogo, o PP da Bahia precisa refletir sobre seu futuro nas eleições estaduais deste ano", disse Leão, em nota.
O líder do PP baiano afirmou que duas alternativas são discutidas pelo partido: ter candidatura própria ao governo da Bahia ou compor com a chapa majoritária encabeçada pelo ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União Brasil)./Atarde
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