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terça-feira, 17 de outubro de 2023

Revista destaca gosto musical eclético do hitmaker itamarajuense Bruno Caliman


Um artigo publicado nesta segunda-feira 16, pela Revista Sucesso destaca o gosto musical eclético do artesão das palavras Bruno Caliman. Quem ouve os megahits assinados pelo itamarajusense que há dez anos é um dos líderes em arrecadação de direitos autorais no país, deve achá-lo um romântico inveterado. E provavelmente ele o é. Não fosse assim, não teria criado pérolas como “Domingo de Manhã”. “Cobaia”, “Péssimo Negócio”, “Te Esperando”, “Escreve Aí”, “Investe em Mim”, “Romântico Anônimo”, “Locutor”, “Amuleto”, “Contrato Vitalício”, “Oi” e “Chico”. 

Artesão das palavras, Caliman, numa proporção menor, também sabe animar o público com suas composições – “Camaro Amarelo”, “Fiorino”, “15 Mil por Mês” e “Sogrão Caprichou” estão nesse grupo. O fato é que o músico, que após integrar uma banda pouco conhecida na Bahia, passou a perambular pelo nordeste com seu violão, criando e vendendo jingles para pequenas lojas, sabe como poucos contar boas histórias em suas letras, usar frases de efeito, criar refrões que emocionam. E isso fica evidente no seu cancioneiro. Ao todo, são mais de 400 músicas gravadas e outras tantas inéditas, prontas para ganhar vozes. 

O que pouca gente sabe, no entanto, é que o capixaba que completou 47 anos neste domingo, 15 de outubro, revela-se um artista incomodado com as questões sociais do país e o comportamento humano quando mostra seu repertório próprio, de cantautor, nos shows esporádicos que realiza. Faixas como “Enquanto Há Tempo” e “Rayban” atestam seu engajamento. Um pouco do que pensa e a forma como enxerga o mundo podem ser encontrados nas influências musicais de Bruno, relacionadas nesta seção Meu Top 10 (abaixo), em que ele cita dez álbuns representativos para sua história artística e de vida. 

Sobre a dicotomia entre compor hits populares e canções reflexivas, ele comenta. “Quando componho, a única coisa com que me preocupo é tentar escrever uma boa história e me comunicar. As pessoas, com certa razão, costumam me rotular com base nas minhas músicas que outros artistas escolheram gravar – e eu compreendo. Talvez ficará mais claro para elas entenderem o que eu penso quando eu gravar meu próprio repertório”, afirma. “Há oito anos, por exemplo, escrevi “Enquanto há Tempo”, que gravei com o Zé Geraldo, um dos meus grandes ídolos. Foi minha maneira de deixar uma mensagem sobre um tema tão delicado no Brasil hoje em dia. Sinto que o ódio está contaminando tudo, o ódio é muito virulento. Se você bobear e cair nas tentações das redes sociais e grupos de família, por exemplo, logo estará julgando os outros e apontando o dedo – isso é muito perigoso. A ordem é ferir o outro, a ordem é destruir o que o outro pensa ou é”, continua. 

Indagado sobre sua forma de compor, Bruno afirma: “no geral, sou muito inseguro. Tem dias em que eu acordo acreditando em tudo que escrevo. Há outros em que quero jogar tudo fora. Na verdade, o dia inteiro eu fico com o violão no colo, riscando um papel. Minha pele ficou ‘cinza’, porque sou moreno e, por conta dessa rotina, não pego sol. Fico com a bunda no colchão, olhando pro teto, com um copo de chocolate quente do lado. Às vezes minha esposa bate na porta e avisa que tem vida lá fora”. 

Além de compor, vez por outra, Bruno se apresenta como cantor, muito mais pra mostrar seu trabalho do que para faturar com isso — até porque os ganhos autorais lhe garantem ótima renda. Antes da pandemia, chegou a ensaiar uma tour pelo país, cantando seus sucessos, faixas de artistas que inspiram seu trabalho e composições menos comerciais, mas com mensagens nas quais ele acredita e que mostram sua essência, seus valores enquanto ser humano. “É bem diferente quando a música sai da minha boca. É um discurso meu. Sou eu contando a história e isso é muito mais empolgante. Tudo tem um sentido mais amplo, mais estranho. 

É uma viagem diferente esse lance do palco. É como subir numa nave e abduzir todo mundo que está na plateia. Eu sou muito feliz no palco, apesar de ter feito poucos shows até agora”, comentou ele na época. 

Confira o “top 10 discos” de Bruno Caliman 

  1. DESIRE – Bob Dylan (1976)
  2. FORÇA VERDE – Zé Ramalho (1982)
  3. O INIMITÁVEL – Roberto Carlos (1968)
  4. THE WALL – Pink Floyd (1979)
  5. GITA – Raul Seixas (1974)
  6. KRIG-HA, BANDOLO – Raul Seixas (1976)
  7. CIDADÃO – Zé Geraldo (1979)
  8. O MELHOR DE PENA BRANCA E XAVANTINHO (1997)
  9. THE WHITE ALBUM – Beatles (1968)
  10. ELVIS PRESLEY – Toda discografia./sigaanoticia

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