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Sara Barros, da Justiça Eleitoral de Itamaraju.

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segunda-feira, 24 de junho de 2024

Viva São João: Não Se Faz Mais Festa Junina Como Antigamente – Veja Aqui Os Grandes Exemplos

 


Ah, a saudade! Não se faz mais festa junina como antigamente. Quem se lembra das quermesses, dos casamentos caipiras e da fogueira gigante? Hoje em dia, a modernidade arrasou com a tradição, e as festas juninas nunca mais foram as mesmas. 

Antes, o arraial era montado na pracinha da cidade, com bandeirinhas coloridas balançando ao vento e o cheiro de milho cozido impregnando o ar. Agora, o arraial é virtual, com bandeirinhas em gifs animados e o cheiro de milho substituído pelo “aroma” do ventilador. 

A quadrilha, coitada, virou coisa de reality show. Nada de ensaios no salão da igreja, com o padre pacientemente explicando quem é o noivo e quem é a noiva. Hoje, a quadrilha é ensaiada pelo TikTok, e se você não souber dançar em 15 segundos, melhor nem aparecer. 

E os trajes? Antes, a gente via aquela criançada toda de chapéu de palha, calça remendada e vestido de chita. Hoje, a moda é a “caipira chique”: tênis de marca, camiseta estilosa e, claro, um filtro bonito no Instagram para garantir os likes. 

O pau de sebo? Esse aí foi cancelado. Dizem que é exploração do trabalhador e desrespeito ao meio ambiente. Agora, a gente faz o “pau de sebo sustentável”, que nada mais é do que uma versão digital onde a gente coleta moedas virtuais e ganha emojis de parabéns. 

E a comida? Ah, a comida! Antes, a gente tinha canjica, pamonha, pé de moleque e bolo de fubá. Agora, tem tapioca fit, brigadeiro gourmet e, pasmem, quentão vegano sem álcool. Quentão sem álcool, minha gente! Não dá para acreditar. 

Lembro também dos correios elegantes. Quem nunca mandou um bilhetinho apaixonado, cheio de erros de ortografia, para a crush da escola? Agora, a paquera é por direct, com memes engraçadinhos e emojis de coração. Correio elegante? Só se for por e-mail, e olhe lá. 

A pescaria, que era diversão garantida, virou jogo de aplicativo. Nada de tentar pescar o peixinho de plástico com a vara improvisada. Hoje, você tem que bater o recorde no game do celular, e a recompensa é um adesivo virtual. 

O casamento caipira, então, virou uma produção de cinema. Nada de improviso e risadas espontâneas. Agora, tem roteiro, diretor e até figurino de luxo. No lugar do casamento na roça, temos uma superprodução que mais parece novela da Globo. 

A fogueira? Ah, essa foi substituída por uma lareira de LED. Dizem que é para evitar incêndios e poluição. E a gente aqui, morrendo de saudades de assar marshmallows (importados, claro) na fogueira de verdade. 

E os balões? Nem se fala. Proibidos por questões ambientais e de segurança, foram substituídos por drones. Isso mesmo, drones! Agora, no lugar de ver o balão subindo, a gente vê um monte de luzinhas piscando no céu, e se contenta com isso. 

Até o bingo mudou. Antes, a gente gritava “bingo” com toda a força dos pulmões, na esperança de ganhar uma galinha. Hoje, o bingo é online, e o prêmio é um gift card. Dá para acreditar? 

Ah, não se faz mais festa junina como antigamente. A tradição foi engolida pela modernidade, e a gente fica aqui, só na saudade. Mas é claro, tudo tem seu lado bom. Pelo menos, na festa junina moderna, não tem que aguentar aquela chuva inesperada que molha tudo. Mas, sinceramente, quem se importa? O que a gente queria mesmo era voltar no tempo e sentir de novo aquela emoção simples e verdadeira das festas juninas de antigamente. 

Trocaram até a data! Agora a festa junina pode ser em qualquer mês do ano, basta estar na moda. E o ritmo dançante? Esqueça o forró e o baião, agora o que toca é funk e música eletrônica. E assim, as tradições vão se perdendo. Não se faz mais festa junina como antigamente. Ah, saudade! Trocaram os rimos das festas juninas Onde já se viu funk e axé em festa junina? Ah, saudade! 

No entanto, algo está diferente. O forró, ritmo tradicional era alma das festas juninas, mas foi substituído por um som bem diferente. Ao invés do sanfoneiro no palco, agora é um DJ que comanda a festa, e ao invés do "xote" e do "arrasta-pé", o que se vê é funk, Rock, Pagode, Sofrência, e Axé.

Os mais velhos, acostumados com as tradições, observavam com certo desconforto. "Onde foi parar o bom e velho forró?", murmurava Dona Joana, que há mais de 50 anos não perdia uma festa de São João. Para ela, o forró era mais que uma dança; era uma celebração da cultura e da história do Nordeste, uma forma de unir gerações em um passo ritmado que contava a história do povo sertanejo.

Enquanto isso, os jovens dançam animados ao som das batidas eletrônicas e das letras de funk. Para eles, o importante é se divertir, e se o funk e o axé são as trilhas sonoras de suas vidas cotidianas, por que não trazê-los para a festa junina? O ritmo era diferente, mas a alegria era a mesma. Dançavam em grupos, riam e cantavam, criando novas memórias para as futuras festas de São João.

Mesmo entre os mais novos, havia quem sentisse falta do forró. Ana, uma jovem de 20 anos, lembrava-se das noites em que dançava coladinha com seu avô, aprendendo os passos do baião e do xaxado. "É estranho", ela pensou, "uma festa junina sem forró não parece uma festa junina de verdade". Apesar disso, ela se deixou levar pelo ritmo, tentando encontrar no funk e no axé a mesma conexão que sentia ao dançar forró.

A troca do forró por funk e axé gerou discussões acaloradas. Uns defendem a modernização e a inclusão de novos ritmos, dizendo que a cultura é viva e precisa evoluir. Outros argumentam que certas tradições deveriam ser preservadas, pois carregam a identidade e a história de um povo. "Não é só uma questão de música", diz seu Antônio, "é sobre não esquecer quem somos e de onde viemos".

No fim da noite, o que se percebeu foi que a essência do São João continuava viva. A fogueira queimava alta, os fogos de artifício iluminavam o céu, e as pessoas celebravam juntas, compartilhando risos e histórias. O forró, mesmo ausente nas caixas de som, permanecia no coração daqueles que o viveram e o dançaram tantas vezes.

A festa acabou, mas o debate continuou. Talvez no próximo ano, houvesse um jeito de conciliar o antigo com o novo, mesclando o forró com outros ritmos, criando uma festa que honrasse as tradições sem deixar de abraçar as mudanças. Afinal, São João é sobre união, celebração e alegria, e isso nunca mudou independente da música que se dança.

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