A estrada BA 699, que conecta Jucuruçu a Cruzeiro do Sul, no sul da Bahia, é inteiramente de terra batida, agravando os desafios enfrentados por moradores e motoristas que dependem da via. A ausência de pavimentação, combinada com a falta de manutenção, transformou o trajeto em um percurso de risco, especialmente em trechos críticos como a ladeira da barragem, a ladeira de Hélio Caires, a ladeira de Davi, o trecho após Davi e a ladeira de Joaquim da Goiaba.
1. Ladeira da Barragem - Próxima a uma antiga estrutura de contenção, essa ladeira de terra está marcada por sulcos profundos e erosão. Sem drenagem adequada, as chuvas transformam o local em um lamaçal, dificultando a passagem até de veículos 4x4. "Quando chove, a terra vira um rio de lama. Já vi carroças e motos atolarem aqui", relata um produtor rural.
2. Ladeira de Hélio Caires - Com inclinação acentuada e curvas fechadas, esse trecho é um dos mais temidos. A terra solta e as pedras soltas na pista aumentam o risco de derrapagens. "Em dias secos, a poeira é tanta que não se enxerga nada. Na chuva, é escorregadio demais", descreve um motorista de ônibus escolar.
3. Ladeira de Davi - Aqui, a estrada apresenta erosões laterais que reduzem a largura útil da pista, obrigando os veículos a trafegarem rente aos barrancos. Buracos profundos e pedras afiadas danificam pneus e suspensões. "Passar aqui é jogar no sorteio: ou o pneu fura, ou o carro quebra", reclama uma moradora.
4. Trecho após Davi - Após a ladeira de Davi, a via se torna ainda mais isolada, com trechos insuportáveis. A terra batida, irregular e cheia de ondulações, exige que os motoristas reduzam a velocidade para evitar capotagens. "Esse pedaço parece um campo de batalha. Até caminhões pesados sofrem", diz um caminhoneiro que transporta grãos.
5. Ladeira de Joaquim da Goiaba - Último trecho antes de Cruzeiro do Sul, essa ladeira íngreme tem o solo desgastado por décadas de uso sem manutenção. Na estação seca, a poeira encobre a visibilidade; na chuva, a lama forma sulcos que desestabilizam os veículos. "É um alívio quando chegamos vivos ao final dela", brinca, sem humor, um motorista de ambulância.
Impactos na Comunidade
A condição da BA 699 afeta diretamente a vida de milhares de pessoas. O transporte escolar enfrenta atrasos constantes, o que prejudica estudantes da zona rural. Produtores agrícolas relatam perdas financeiras devido à dificuldade de escoar colheitas. "As frutas chegam amassadas ao mercado por causa dos solavancos", lamenta um agricultor.
A situação também coloca vidas em risco: ambulâncias e carros simples evitam a via em dias de chuva, atrasando socorros. "Já perdemos pacientes porque não conseguimos atravessar a tempo", revela uma técnica de enfermagem.
Cobranças por Soluções - Moradores exigem que o governo estadual priorize a pavimentação da BA 699 ou, pelo menos, realize manutenção emergencial com máquinas para nivelar a terra, instalar drenagens e reparar os trechos mais críticos. "Não pedimos asfalto de luxo, só uma estrada segura para não morrermos no caminho", afirma um líder comunitário.
O Departamento de Estradas de Rodagem da Bahia (DER-BA) informou, por nota, que "a via está em análise para inclusão no planejamento de intervenções". Enquanto isso, a população segue se mobilizando, com abaixo-assinados e protestos, para pressionar por uma solução. "A estrada é nossa única ligação com o mundo. Sem ela, estamos esquecidos", resume uma professora de Jucuruçu.
Da redação Jucurunet
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