Mais da metade dos acidentes em Teixeira envolve motos

Edimailson Fernandes Oliveira é coordenador

 da 24ª Ciretran de Teixeira de Freitas.

As mortes em acidentes de trânsito passaram das 3 mil no Estado da Bahia em 2014

Teixeira de Freitas – Dados do Ministério Público de Saúde apontam que as mortes no trânsito com motociclistas aumentaram 280% entre 2003 e 2013, passando de 4.292 para 12.040. O número está intimamente ligado ao crescimento de 247,1% da frota desses veículos no Brasil também nesse período. Das 45 mil pessoas que perderam a vida em 2014 devido aos acidentes de trânsito, mais de 3 mil estavam na Bahia.

A situação nacional também atinge o município de Teixeira de Freitas, onde centenas de pessoas são atendidas (por dia/mês/ano) pelo Sistema Único de Saúde após sofrer algum tipo de lesão no trânsito envolvendo motos. Em seis anos, as internações hospitalares nesse tipo de situação aumentaram em 115%, com custo maior em 170,8%, o que deixa a Saúde pública em estado de alerta.

O 13º Batalhão de Polícia Militar registrou 284 acidentes de trânsito com vítimas no município em 2014. Dentre o total, 153 foram sofridos com motos, o que resulta em 53%. O restante é dividido entre carros de passeio, ônibus, caminhonetes, bicicletas e alguns casos não-identificados. Grande parte dos acidentes acontece nas áreas mais movimentadas de Teixeira, com destaque para a Avenida Getúlio Vargas. A população deve ficar ainda mais atenta ao dirigir e caminhar nessa região.

Motos abandonadas no Detran

No pátio da 24ª Ciretran, em Teixeira de Freitas, centenas de motos ficam apreendidas esperando que os proprietários regularizem sua documentação. “Durante as blitze realizadas na cidade e na região, encontramos muitos motoristas sem o devido registro de circulação e diversas multas vencidas. Trazemos os veículos para cá até que seja feito o pagamento e tudo fique em dia”, explica o coordenador do Órgão, Edimailson Fernandes Oliveira.

Edimailson aponta que outra situação muito comum é a venda da moto sem a devida transferência de proprietário: “Em alguma operação policial, o motorista pode ser pego com documento atrasado e ter o veículo apreendido. Para ser autorizado a fazer a retirada, ele precisa ter também o DUT assinado e às vezes ele não consegue por não ter mais contato com o dono anterior dessa moto”.

O motivo para a quantidade superior de motos em relação a carros no pátio da Ciretran é a diferença entre dívida e valor de mercado do bem. Normalmente, o que o proprietário deve em multas, licenciamento, seguro e IPVA é maior do que a moto vale, então ele opta por não resgatá-la.

Se for um automóvel, que costuma ser mais caro, efetuar os pagamentos é vantajoso. Após três meses de apreensão, o Detran está autorizado a leiloar os veículos, com lance mínimo publicado em edital no Diário Oficial. Em 2014, mais de 300 motos foram leiloadas em Teixeira de Freitas./Jornal Alerta.