A combinação da imprudência
dos motoristas com uma malha rodoviária majoritariamente antiquada, sem
condições mínimas de segurança, fez com que, nos últimos 30 dias, 51 pessoas
perdessem a vida nas vias que cortam o Espírito Santo – tanto as federais quanto
as estaduais. Uma tragédia chamada trânsito. Foram quase duas mortes por dia,
em um Estado que tem a quarta menor extensão territorial do país.
É fato que o número é
expressivo por ter ocorrido, neste período, o maior acidente das estradas do
Espírito Santo na história, em 22 de junho, envolvendo um ônibus da Águia
Branca, um caminhão e duas ambulâncias. Só nesta ocorrência foram 23 mortes.
Mas também é fato que ter havido outras 28 vítimas registradas em um intervalo
tão curto de tempo é igualmente alarmante.
No levantamento feito fica
claro que o problema agrava-se nos finais de semana. Só neste, foram nove
mortes. No anterior, outras cinco.
Segundo o Balanço 2016 da
Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Espírito Santo, somente as BRs 101 e 262
somam mais de 85% das mortes ocorridas nas estradas. As tradicionais causas dos
acidentes são excesso de velocidade, ultrapassagem proibida ou forçada e o consumo
de álcool, de acordo com o órgão.
Nas duas rodovias, há
diversos trechos batizados como “curvas da morte”. Está no Estado também o
trecho de rodovia federal mais perigoso do Brasil: entre o km 260 e o 270 da BR
101, que fica na Serra e corta bairros como Carapina, Laranjeiras, Jardim
Limoeiro e José de Anchieta. O perímetro que é o nono mais perigoso também é
capixaba: entre o km 290 e o km 300 da BR 101, entre Cariacica e Viana.
Enquanto isso, os capixabas
esperam a promessa de duplicação das BRs 101 (concedida, desde 2013, à Eco 101)
e 262 (mantida pelo Dnit), que, em meio a irregularidades, burocracia em
excesso e um jogo de empurra, não saem do papel./A Gazeta
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