O
governo estuda fazer uma enquete para consultar a população sobre a
possibilidade de acabar com o horário de verão. A equipe de comunicação do
presidente Michel Temer, entre eles o marqueteiro Elsinho Mouco, vai sugerir
que o portal do governo produza uma enquete para ouvir a opinião das pessoas
sobre o tema. O assunto está na Casa Civil e será decidido pelo presidente. ENQUETE:
Você é a favor ou contra o fim do horário de verão?
Interlocutores
de Temer avaliam que o fim do horário de verão não trará desgaste para o presidente,
e que a pesquisa serviria apenas para ouvir a população, após a grande
repercussão da notícia sobre os estudos do governo.
LEIA
MAIS: O governo estuda acabar com o horário, conforme revelou reportagem do
GLOBO. Foi criado um grupo de trabalho pela Casa Civil para analisar a eficácia
do horário de verão. A ideia é saber se a iniciativa, que já está incorporada à
cultura do brasileiro, vale ou não a pena para o país.
Uma
decisão sobre o tema precisa ser tomada até meados de outubro, quando está previsto
o novo período. Por isso, no Ministério de Minas e Energia, técnicos não
acreditam haver tempo hábil para fazer a consulta.
SAIBA
AINDA: Adoção do horário de verão é indiferente, dizem analistas
O
horário de verão foi criado com o objetivo de economizar energia elétrica
durante o período em que está em vigor, entre outubro e fevereiro. Um estudo do
Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e do Ministério de Minas e Energia
concluiu, no entanto, que essa política pública traz efeitos “próximos à
neutralidade” com relação à economia de energia elétrica. Ou seja, o principal
objetivo da medida, economizar eletricidade, não é mais atingido. Foi a partir
daí que o assunto passou a ser analisado por outros entes do governo.
A
avaliação é de que o período em que a maior parte do país adianta o relógio em
uma hora já faz parte dos costumes e da cultura do brasileiro. Por isso, a
decisão que vier a ser tomada levará em conta também esses aspectos, além da
capacidade de economizar energia.
O
professor da área de Engenharia Elétrica da Pontifícia Universidade Católica
(PUC) do Rio de Janeiro Rodrigo Calili explica que, historicamente, o horário
de verão é usado para economizar energia nos horários de pico. Esse horário,
por outro lado, foi transferido para o meio da tarde, com uso de mais ar
condicionado principalmente no comércio.
Além
disso, diz o professor, a iluminação tem ficado cada vez mais eficiente. — O
horário não está sendo eficiente em nível energético. É necessário se repensar.
Será que a questão cultural pesa mais? Acho que não — disse ele.
As
datas para o início e término do programa de economia de energia são definidas
por meio de um decreto presidencial. Por isso, caso o governo decida pelo fim
do horário, basta um novo decreto do presidente Michel Temer. O assunto não
precisa passar pelo Congresso.
O
programa foi instituído pela primeira vez no Brasil no verão de 1931/1932 e vem
sendo adotado continuadamente desde 1985. Segundo dados do governo, a economia
com a última edição do horário (entre outubro de 2016 e fevereiro) foi de R$
159,5 milhões. Esse valor, considerado baixo pelo setor elétrico, é decorrente
da redução do uso de usinas térmicas para complementar a demanda por energia./O
GLOBO
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